O Piauí registrou uma queda histórica no desmatamento ilegal no primeiro semestre de 2025. De acordo com levantamento da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), o estado reduziu em 67,9% a área desmatada em comparação com o mesmo período do ano passado, preservando mais de 20 mil hectares de vegetação nativa.
Segundo os dados, entre janeiro e junho de 2024, foram desmatados ilegalmente pouco mais de 29,6 mil hectares. Já neste ano, o desmatamento caiu para menos de 9,6 mil hectares, marcando o melhor desempenho do Piauí nos últimos quatro anos. Entre o primeiro e o segundo trimestre de 2025, a redução foi de 6,2%, passando de 4,9 mil hectares para 4,6 mil.
Foto: Ascom SemarhO secretário estadual do Meio Ambiente, Feliphe Araújo, atribui o resultado à implementação de políticas públicas consistentes, apoiadas em tecnologia e fiscalização rigorosa.
“Estamos trabalhando de forma criteriosa na análise de processos, autorizando apenas o que a lei permite em casos de utilidade pública, interesse social ou atividades de baixo impacto ambiental. Além disso, intensificamos as operações de fiscalização em campo e via satélite. O resultado é claro: o Piauí está conseguindo reduzir de forma consistente o desmatamento ilegal e proteger ainda mais nossas áreas nativas”, destacou.
O estado possui uma responsabilidade ambiental significativa, preservando grandes áreas de Mata Atlântica em estágio avançado de conservação e desempenhando papel estratégico na proteção do Cerrado. Feliphe Araújo reforça: “Nosso compromisso é manter esse patrimônio natural de pé, garantindo que desenvolvimento econômico e preservação caminhem juntos”.
Apesar dos números positivos, especialistas alertam para o aumento da pressão sobre a vegetação nos meses de setembro e outubro. A gerente do Centro de Geotecnologias Fundiária e Ambiental (CGEO) da Semarh, Aline Araújo, explica:
“Os índices até o momento são animadores, no entanto, os meses de setembro e outubro sempre registram mais desmatamento, pois é quando os agricultores fazem o preparo da terra para o plantio. É tanto que, paralelo a isso, aumenta o número de queimadas. Por isso mesmo é que a gente proibiu o uso do fogo nesse período. Agora, com o início das chuvas, especialmente no Sul do estado, muitos produtores aproveitam para preparar o solo. Então, olhando o ano todo, a gente vai ter um resultado mais efetivo depois desse período.”
Mesmo considerando a sazonalidade, a tendência é positiva. A queda expressiva do desmatamento, aliada ao fortalecimento das ações de comando e controle, coloca o Piauí como referência em gestão ambiental no Nordeste, mostrando que políticas bem estruturadas, tecnologia e presença do poder público podem frear o avanço da destruição ambiental.
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