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Europa enfrenta calor recorde: mortos, escolas fechadas e incêndios

Onda de calor histórica atinge vários países europeus, agrava incêndios florestais e é apontada pela OMM como reflexo direto das mudanças climáticas

A França registrou o mês de junho mais quente desde o início das medições, em 1900. Em Paris, os termômetros chegaram a 42°C, e mesmo após uma leve queda, a temperatura seguia em 36°C nesta terça-feira (2), nível ainda elevado para a capital francesa. O calor extremo levou ao fechamento de mais de 2,2 mil escolas no país. Somente na França, cerca de 300 pessoas precisaram de atendimento médico por insolação; duas morreram, entre elas uma menina de dez anos.

Na Alemanha, o calor avançou em direção ao leste, elevando as temperaturas em Berlim para quase 39°C mais de 15°C acima da média histórica. O governo local adotou o “hitzefrei”, liberando alunos de comparecerem às aulas em dias de calor excessivo.

A Espanha também enfrenta consequências severas, com registros de até 46°C em Huelva. Além disso, incêndios florestais na Catalunha deixaram ao menos duas vítimas fatais e obrigaram o confinamento de 14 mil pessoas. Uma tragédia adicional ocorreu em Tarragona, onde uma criança de dois anos morreu após ser deixada dentro de um carro estacionado sob o sol.


Foto: Getty Imagens Em Portugal, a cidade de Mora bateu o recorde nacional para o mês de junho, atingindo 46,6°C. Já no Alentejo, as previsões indicavam até 40°C, impondo dificuldades para a população lidar com o calor intenso, sobretudo durante a noite.

Para tentar conter os danos, cidades como Barcelona implementaram protocolos de emergência, distribuindo água para pessoas em situação de rua e enviando alertas por SMS com orientações para enfrentar o calor.

A OMM ressaltou que eventos como esse devem se tornar mais frequentes e intensos devido às mudanças climáticas causadas por atividades humanas. Especialistas também apontam para a necessidade de uma resposta política mais eficaz. A chefe da União Europeia para a Transição Energética criticou a “covardia política” que, segundo ela, tem travado avanços significativos no combate ao aquecimento global.

No campo, os efeitos já são devastadores. Na Catalunha, o incêndio destruiu 6.500 hectares de plantações e causou uma coluna de fumaça que atingiu 14 mil metros de altura. Segundo autoridades locais, nem o triplo do efetivo de bombeiros teria sido suficiente para conter as chamas sem o auxílio de uma tempestade que ajudou a estabilizar a situação.

Enquanto a Europa enfrenta recordes históricos de temperatura, especialistas alertam que os impactos completos desta onda de calor só serão conhecidos nos próximos meses. Enquanto isso, recomenda-se à população manter-se hidratada, evitar exposição direta ao sol e redobrar os cuidados com idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas.

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