O funcionário público Gasparino Lustosa Azevedo foi preso nesta terça-feira (19), em Brasília (DF), durante a Operação Lembrados, que visa localizar e prender foragidos da Justiça envolvidos em crimes graves. Gasparino, condenado a 10 anos de prisão por estupro de vulnerável, estava foragido e agora aguarda transferência para o Piauí, onde cumprirá sua pena.
Apesar da condenação, Gasparino conseguiu disputar as eleições municipais de 2024 em Sebastião Barros, a 940 km de Teresina, e se tornar suplente de vereador. A candidatura foi possível devido a uma falha do Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI), que emitiu uma certidão negativa de antecedentes criminais em seu nome, mesmo com a condenação em vigor.
A prisão foi realizada pela Diretoria de Inteligência e a Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) da Polícia Civil do Distrito Federal. O caso expõe fragilidades no cumprimento da Lei da Ficha Limpa, que desde 2010 estabelece a inelegibilidade de candidatos condenados por crimes graves. Gasparino Lustosa encontra-se à disposição da Justiça do Piauí.
Nota do Tribunal de Justiça do Piauí
Sobre demanda do portal G1, o Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) vem informar que:
1) Situações como essa nunca haviam sido relatadas anteriormente e, diante disso, o TJ-PI instaurou comissão para estudo minucioso do ocorrido, instaurando sindicância para apuração dos fatos;
2) Assim que constatou a eventual falha, a Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação do TJ-PI corrigiu devidamente o sistema;
3) Estão sendo implementadas ferramentas de aperfeiçoamento dos métodos de análise referentes à emissão presencial de certidões.
Por fim, reafirmamos o compromisso do TJ-PI com a boa prestação jurisdicional, a transparência e o contínuo aperfeiçoamento de seus sistemas.
Nota Oficial do Partido dos Trabalhadores (PT)
O Partido dos Trabalhadores informa que acompanha com seriedade e atenção o processo envolvendo o suplente de vereador do município de Sebastião Barros, Gasparino Lustosa, filiado ao Partido.
O Diretório Estadual esclarece ainda que não tinha conhecimento prévio sobre o caso mencionado. Ressaltamos que, por se tratar de um caso que corre em segredo de justiça, o Partido não teve e ainda não tem acesso aos detalhes do processo. Portanto, a falta de informações é resultado da natureza sigilosa do caso.
Em conformidade com os princípios de transparência e responsabilidade que guiam o PT, o Diretório Estadual está expedindo a orientação ao Diretório Municipal para instaurar processo na comissão de ética para análise e providências conforme o estatuto do partido visando analisar a conduta do filiado em questão.
As medidas judiciais cabíveis estão sendo tomadas, o caso segue sob segredo de justiça, e a investigação segue com seriedade e respeito ao devido processo legal.
Partido dos Trabalhadores - PT."
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