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Saúde

CRM denuncia falta de medicamentos e insumos em UBSs de Teresina

Fiscalização do CRM já vistoriou mais da metade das UBSs de Teresina e aponta desabastecimento e problemas estruturais

O Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) denunciou, nesta quinta-feira (6), a falta de medicamentos e insumos em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Teresina. A entidade realiza um levantamento para apresentar aos gestores municipais e a órgãos de controle, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI).

O mapeamento das 93 UBSs da capital começou em agosto e, até agora, 51 unidades já foram fiscalizadas. Segundo o CRM-PI, a maior parte delas enfrenta problemas semelhantes, especialmente relacionados ao desabastecimento das farmácias e à falta de materiais básicos para o atendimento.


Foto: Divulgação De acordo com o órgão, em grande parte das unidades visitadas, os profissionais relataram a ausência de medicações psicotrópicas, anti-hipertensivos como a losartana, antiparasitários, sulfato ferroso destinado a gestantes e sinvastatina. O conselho também destacou que as canetas de insulina chegam, mas em quantidade insuficiente para atender à demanda de todos os pacientes.

O CRM-PI reforçou ainda que o funcionamento adequado das UBSs é fundamental para evitar a sobrecarga da rede de média e alta complexidade, uma vez que a atenção básica é a porta de entrada do sistema público de saúde.


Locais onde foram constatados problemas

Falta de medicamentos e insumos

UBS Dr. Manoel Ayres (Parque Wall Ferraz);

UBS Dr. Antonio Benício Freire e Silva (Bairro Santa Maria);

UBS Antônio Noronha de Pessoa Filho (Bairro Parque Brasil);

UBS Dr. Mariano Mendes (Bairro Monte Alegre).


Problemas na estrutura física

UBS Dep. Alberto Monteiro (Povoado Soinho) – apresenta fachada deteriorada, além de janelas e portas cobertas com papelão, conforme constatado pelo CRM-PI.


Problemas na estrutura e falta de medicamentos

UBS Dr. Helvídio Ferraz (Bairro Todos os Santos);

UBS Marlene de Moura Fé (Parque Ideal).


Nota da Fundação Municipal de Saúde (FMS)

A Fundação Municipal de Saúde (FMS) comunica que a nova gestão recebeu a rede de saúde em estado de caos, com uma situação grave, no mês de janeiro deste ano, com registro de problemas estruturais, organizacionais e falta de medicamentos e insumos básicos.

Diante disso, o prefeito Sílvio Mendes decretou estado de emergência na saúde, ação amplamente divulgada.

Considerando essa situação crítica, foram criados planos de ação a curto, médio e longo prazo, priorizando as situações mais urgentes.

Em relação às 91 UBS, a Diretoria de Atenção Básica e sua equipe técnica têm atuado incessantemente, indo in loco para resolver os problemas, e têm registrado avanços nas unidades de forma gradativa.

Entre os avanços, destacam-se: Pequenas reformas realizadas em diversas UBS; Implantação do projeto Telenordeste, que permite acesso remoto a médicos especialistas por chamada de vídeo; Instalação de QR Codes nas unidades para consulta transparente sobre a disponibilidade e indisponibilidade temporária de medicamentos; Parceria com a Secretaria de Justiça para reformas em UBS utilizando mão de obra da população carcerária com recursos do Ministério da Saúde; Implantação de telelaudo para agilizar resultados de eletrocardiograma em até 24h; Reabertura de 21 consultórios odontológicos, 8 farmácias e 11 salas de vacina e Início de reparos estruturais permanentes, em andamento, diante do estado crítico de deterioração das unidades.

Quanto à falta de alguns medicamentos, foi iniciada uma requisição administrativa para garantir o abastecimento emergencial da rede. Embora alguns fatores tenham impactado a entrega de determinados itens, medidas corretivas foram adotadas. Estão em andamento processos de licitação regular e aquisições emergenciais para normalizar o fornecimento.

A equipe técnica da FMS segue mobilizada, trabalhando diariamente para superar os desafios e fortalecer a atenção básica no município.

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