O Piauí atingiu a marca histórica de mais de 100 mil pessoas cadastradas como doadoras voluntárias de medula óssea pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi). Apenas no primeiro semestre deste ano, 1.058 novos voluntários entraram para o registro nacional, um número que reforça a importância do Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (Redome), que completa 30 anos em 2025.
“Estamos muito felizes em anunciar essa conquista tão importante, um número expressivo, que significa esperança para quem está na fila de espera por um transplante. Até o momento, temos 103.174 doadores cadastrados e a missão diária de captar mais voluntários, seja na capital ou no interior”, explica Susanne Rocha, supervisora de captação de doadores do Hemopi.
Foto: Ascom SesapiEntre os voluntários, a professora Sara Pereira realizou a doação após 16 anos cadastrada. “Eu me cadastrei em uma campanha externa promovida pelo Hemopi. Como não tinha peso para doar sangue, me perguntaram se eu tinha interesse em fazer o cadastro como doadora de medula óssea. A partir daí, sempre busquei manter os dados cadastrais atualizados, porque mantive a esperança de um dia ser compatível com algum paciente e ter a chance de doar. E consegui! Salvar alguém de forma direta é algo que não tem como explicar. Sou grata por ter vivido esse processo de doar minha medula óssea para salvar a vida de outra pessoa”, relata.
Marco Antônio, por sua vez, doou no mesmo ano em que se cadastrou. “Fiz o procedimento em Curitiba, com tudo custeado pelo SUS. Lá eu descobri que seria para uma criança. Conheci vários pacientes que já tinham recebido a medula e estavam curados, tive contato com as famílias, foi muito emocionante. Foi uma doação tranquila. Espero que mais pessoas se cadastrem, porque é uma experiência gratificante que muda a nossa forma de ver a vida”.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a maioria dos pacientes que precisa de transplante de medula óssea depende de doadores não aparentados, já que entre irmãos a chance de compatibilidade é de apenas 25%. Quando doadores e pacientes são do mesmo país, as chances aumentam. Caso não haja compatibilidade nacional, é possível recorrer a registros internacionais.
Nos 30 anos do Redome, foram realizados 5.100 transplantes em pacientes brasileiros, e entre 65% e 70% dos receptores de medula não aparentada utilizam doações de voluntários brasileiros. Atualmente, o registro é o terceiro maior do mundo, com mais de 6 milhões de doadores cadastrados. “Por isso, a importância de ter um registro de doadores voluntários com características genéticas diversas e sempre em curva crescente. E quanto mais pessoas cadastradas, maiores são as chances de encontrar um doador compatível com um paciente na fila de espera”, destaca Susanne Rocha.
Em 2021, o Ministério da Saúde estabeleceu novas regras para cadastros de doadores voluntários, limitando a idade máxima de ingresso a 35 anos, sendo que o registro permanece ativo até os 60 anos. Cada estado também recebeu metas de cadastros anuais, e o Piauí tem limite de 2.363 novos voluntários por ano.
Para se tornar doador, é necessário:
Ter entre 18 e 35 anos (com possibilidade de doação até os 60 anos);
Apresentar documento de identificação com foto;
Estar em bom estado de saúde;
Não possuir doenças impeditivas para o cadastro e a doação lista completa disponível em https://redome.inca.gov.br/doencas-impeditivas-do-cadastro-e-da-doacao.
Quem já está cadastrado deve manter seus dados atualizados pelo site ou aplicativo do Redome, garantindo que a possibilidade de salvar vidas continue.
Dê sua opinião: