A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) atualizou os critérios de diagnóstico da hipertensão arterial no Brasil. Com a mudança, milhões de pessoas que antes eram vistas como saudáveis passam a ser classificadas como pré-hipertensas. Agora, valores a partir de 12x8 já exigem maior atenção médica e cuidados preventivos.

Até então, esse nível era considerado ideal. Porém, diante do avanço das pesquisas e do crescimento dos casos de doenças cardiovasculares, especialistas decidiram adotar parâmetros mais rigorosos para reforçar a prevenção e evitar a progressão para quadros de hipertensão.

Foto: ReproduçãoNovas faixas de classificação

Segundo a nova diretriz, a pressão arterial será avaliada da seguinte forma:

Normal: abaixo de 12x8

Pré-hipertensão: entre 12x8 e 13x9

Hipertensão: acima de 14x9

Pacientes na faixa de pré-hipertensão não precisam iniciar, necessariamente, o uso de medicamentos. No entanto, devem ser acompanhados por profissionais de saúde e adotar hábitos mais saudáveis, como reduzir o consumo de sal, praticar atividades físicas, abandonar o tabagismo e manter uma alimentação equilibrada. Em alguns casos, o tratamento farmacológico pode ser recomendado a partir de 13x8, dependendo do perfil do paciente e da presença de fatores de risco.

Antes da atualização, a tolerância era maior: a partir de 14x9 já havia indicação de intervenção direta. Agora, a margem mais restrita reforça o papel da prevenção.

Impacto da hipertensão no país

A hipertensão é um dos principais fatores de risco para infarto e acidente vascular cerebral (AVC). A condição favorece o acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos, aumentando as chances de obstrução e complicações graves. Dados da SBC apontam que um em cada quatro adultos brasileiros convive com a doença.

O caso de Marina, que buscou atendimento médico após registrar 15x9 de pressão, reforça a importância da nova diretriz. “Vou ter que parar de fumar, melhorar a alimentação, mudar o estilo de vida. Não tem jeito”, afirmou, enquanto aguarda os resultados dos exames.