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​Miguel Alves é alvo de denúncia de desvio de recursos da educação e fraude de licitações

Escolas abandonadas e PF cumprindo 15 mandados e R$ 1 milhão em sequestro de bens na cidade

A denúncia que recursos da educação estariam sendo desviados foi feita pela Câmara de Vereadores de Miguel Alves com base nos dados do censo escolar do ministério da educação.

Câmara de Vereadores / FOTO: Vinicius Vainner 

O caso foi mostrado com exclusividade no Band Cidade da noite dessa quinta-feira (18).

Segundo vereadores da cidade que encaminharam a denúncia ao Ministério Público Federal, o repasse do FUNDEB na cidade em 2022, subiu de 46 para 66 milhões.

Para 2024, a estimativa de repasse dos recursos subiu para 92 milhões.

A denúncia foi entregue ao Ministério Público Federal e estaria sendo investigada pela polícia federal desde do ano passado. 

Ely Sandro V Silva / vereador  / Foto: Vinicius Vainner 

           

 "Miguel Alves tem cerca de 30 mil habitantes. 90% dos alunos das escolas municipais, estão cadastrados no senso escolar em tempo integral e deveriam estudar dois turnos o não acontece por aqui", afirmou o vereador.

 Kelly Oliveira / vereadora  - Foto: Vinicius Vainner 

"Não podemos nos calar para o que está acontecendo aqui. Nossa educação está sendo prejudicada. O que queremos é essas escolas sejam inauguradas, por que construídas elas estão", disse  Kelly Oliveira.

FOTO: Vinicius Vainner.

 

Miguel Alves, localizada a 100 km de Teresina, é uma das menores cidades do Piauí. A grande quantidade de alunos cadastrados no senso escolar, significa mais recursos do FUNDEB que deveriam ser usados em investimentos com educação. Mas a realidade em Miguel Alves, segundo as denúncias é outra. Nossa equipe encontrou várias escolas abandonadas com obras praticamente concluídas.

FOTO: Vinicius Vainner.

Os prédios estão com instalação elétrica prontas e poderiam funcionar normalmente, mas estão sendo destruídos pelo mato e cupins. “Tenho 3 filhos e todos são obrigados a estudar longe porque a escola da minha comunidade está abandonada, sendo engolida pelo mato e não existe tempo integral! Nunca existiu!, afirma o agricultor.

Clemilton Rebelo, morador.

É revoltante vê nossos filhos estudando nesses prédios antigos, sem estrutura, enquanto ao lado, tem prédios grandes, novos e abandonados”, lamentou Clemilton Rebelo.

Cada obra teria custado mais de 1 milhão na zona rural de Miguel Alves. O que mais chama a atenção é que ao lado de cada prédio abandonado, existem prédios antigos e sem estrutura onde alunos estudam ao lado.Em outro prédio abandonado, a situação é ainda pior. O local virou abrigo para animais. O local foi construído para receber mais de 200 alunos do ensino infantil.

FOTO: Reprodução.

Na terceira escola, encontramos mais descaso. A obra 100% concluída também está abandonada. O prédio que deveria atender alunos de comunidades mais distantes, construído em 2021, nunca funcionou.

Antonio Francisco Soares, agricultor.

“Os estudantes são obrigados a ir longe em outras localidades para estudar. E a gente vendo um prédio desse aqui perto das nossas casas pronto é de entristecer nossa comunidade”, disse Soares.

Foto: Vinicius Vainner 

Nosso equipe procurou por diversas vezes falar com a prefeitura de Miguel Alves e com a Secretaria Municipal de Educação, que até o momento, não quis se pronunciar.

Foto: Vinicius Vainner 

Menos de 24h depois da matéria ter sido veiculada, a Polícia Federal amanheceu em Miguel Alves e cumpriu nessa sexta-feira (19),  15 mandados de busca e apreensão na operação 45 Graus que investiga diversos indícios de fraude em procedimento licitatório, realizado pelo município para contratação de empresas prestadora de serviços de manutenção e limpeza de ar-condicionado.


Dos 15 mandados, 12 foram cumpridos no município de Miguel Alves e 3 em Teresina. A operação foi deflagrada com objetivo de desarticular associação criminosa voltada para prática de corrupção, lavagem de dinheiro e fraudes à licitação. Os endereços correspondem a empresas envolvidas na fraude e também de servidores públicos envolvidos no esquema.

FOTO: Reprodução.

Em nota, a PF afirma que as investigações apontam para a realização de depósito de verba em contas de “laranjas”, com a intenção de dar ao processo uma aparência lícita. Há indícios ainda de participação de servidores públicos municipais mediante corrupção. A PF informou ainda que as investigações devem continuar.

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