Um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), divulgado nesta segunda-feira (15), indica que 28% das cidades do Piauí não conseguirão fechar as contas em 2025. O diagnóstico anual sobre a situação fiscal das prefeituras brasileiras aponta dificuldades em equilibrar orçamento, pagar fornecedores e planejar o exercício seguinte.
No estado, 121 municípios responderam à pesquisa, o equivalente a 54% das cidades. Entre os respondentes, 34 prefeituras projetam déficit ao final do ano e 40% relatam atrasos no pagamento de fornecedores, um indicativo das pressões sobre a gestão fiscal que podem comprometer a continuidade de serviços essenciais.
Foto: Marcello Casal JR/Agência Brasil/ArquivoAlém disso, 34% das prefeituras do Piauí devem deixar restos a pagar a descoberto para 2026, sem fonte de recurso definida, enquanto 60% afirmam que encerrarão o ano sem pendências desse tipo. Quanto à folha salarial, 98% das prefeituras garantem que os salários estão em dia e 92% afirmam que o pagamento de dezembro será honrado dentro do prazo, com apenas uma pequena parcela relatando risco de atraso.
Sobre as expectativas para 2026, 45% dos gestores avaliam que o cenário econômico será bom, 5% muito bom e 17% indiferente. Por outro lado, 10% projetam um ano muito ruim e 17% consideram o desempenho ruim, mostrando percepções divididas, mas com leve tendência positiva.
No panorama nacional, o estudo destaca que o repasse adicional de 1% do Fundo de Participação dos Municípios será decisivo para o pagamento do 13º salário, já que a maioria das prefeituras brasileiras confirma que esse recurso extra garante o cumprimento da obrigação.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, contextualiza que, apesar do aperto orçamentário, os gestores encerram o ano com maior controle das despesas, mas alertam que 2026 deve manter pressões fiscais, especialmente diante de possíveis pautas políticas com custos elevados para os municípios.
O levantamento integra o ciclo anual de monitoramento da gestão fiscal realizado pela CNM e evidencia que, embora a maioria das cidades piauienses consiga manter salários em dia e fechar as contas, cresce o grupo de municípios que enfrenta restrições financeiras e que já admite não conseguir encerrar 2025 no equilíbrio orçamentário.
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