A primeira medalha de ouro do Brasil na Olimpíada de 2024, em Paris, veio do judô, e quem a conquistou foi a paulista Beatriz Souza, de 26 anos. Com essa vitória, Sarah Menezes, treinadora da seleção feminina de judô, entrou para a história ao se tornar a primeira brasileira a conquistar uma medalha de ouro olímpica tanto como atleta quanto como treinadora.
No chaveamento desta sexta-feira (2) da categoria mais de 78 kg, a atleta venceu todas as quatro lutas que disputou. Na final, superou a israelense Raz Hershko graças a um waza-ari após 46 segundos de luta.
📲 Clique aqui e fique por dentro de tudo: Canal do Portal Band Piauí, no WhatsApp! 😉
Na campanha para o ouro, Beatriz teve dois páreos difíceis: a francesa Romane Dicko e a própria Raz Hershko, respectivamente líder e vice-líder do ranking mundial do peso. Para a brasileira, eram desafios necessários.
“Ter superado tudo que eu superei, chegar aqui e ser campeã olímpica é inexplicável", afirmou após a final. "Para ser campeã olímpica, tem que ganhar de todo mundo. E eu queria muito ser campeã olímpica, então tive que ganhar de todo mundo. Estou realizada.”
Sarah Menezes, campeã olímpica de judô em Londres 2012, encerrou sua carreira como atleta após os Jogos do Rio 2016 e a não classificação para Tóquio 2020. Em dezembro de 2021, assumiu a função de treinadora da seleção feminina de judô, substituindo Rosicleia Campos. Em sua estreia olímpica como técnica, conquistou o bronze com Larissa Pimenta e agora, em Paris 2024, guiou Beatriz Souza à medalha de ouro na categoria acima de 78kg. Sarah e Kiko Menezes, técnico da seleção masculina, têm a chance de adicionar mais uma medalha ao Brasil com a equipe mista, que competirá neste sábado (3).
A campanha
Beatriz teve uma estreia tranquila nas oitavas de final contra a nicaraguense Izayana Marenco: a 3min19s para o fim, conseguiu um ippon e avançou de maneira incontestável.
Nas quartas de final, porém, Beatriz encarou a sul-coreana Ha-yun Kim, que dificultou o combate com uma postura mais defensiva. A disputa foi para o Golden Score com 0 a 0 no placar e dois shido para cada lado. Até que, aos 9s do desempate, Kim tentou um ippon e levou um waza-ari da brasileira; a arbitragem inicialmente considerou o golpe da coreana, mas revisou o lance e deu a vitória à judoca do Brasil.
Nas semifinais, Bia teve outro páreo duríssimo: a francesa Romane Dicko, bronze em Tóquio-2020 e líder do ranking. Mas a brasileira não decepcionou. Após um 0 a 0 no tempo regulamentar do confronto, as duas judocas foram para o Golden Score. Aí, Bia conseguiu um ippon após 37s, frustrando a torcida da casa e avançando à decisão.
Na final, veio Raz Hershko. Beatriz conquistou um waza-ari a 3min14s para o fim da cronometragem. A arbitragem ainda deu dois shido para cada lado, mas a israelense não conseguiu encaixar golpes.
Dê sua opinião: