Quinta, 04 de dezembro de 2025, 11:03
Polícia

MPPI denuncia empresários por venda de combustível adulterado em posto

Investigações apontam que diesel fora dos padrões da ANP foi comercializado no Posto HD 11, alvo da Operação Carbono Oculto

O Ministério Público do Piauí (MPPI) apresentou denúncia contra os empresários Haram Santhiago Girão Sampaio e João Revoredo Mendes Cabral Filho por comercializar combustível adulterado no Posto HD 11, localizado em Lagoa do Piauí. O estabelecimento já havia sido alvo da Operação Carbono Oculto, que investiga crimes financeiros relacionados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

Segundo o MPPI, os empresários venderam óleo diesel S-500B fora dos padrões técnicos e regulamentares definidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). A irregularidade teria ocorrido em 21 de março de 2023, conforme apontam as apurações.

O Procon constatou que o combustível apresentava turbidez, excesso de água e falhas nos requisitos obrigatórios de qualidade, colocando consumidores em risco e violando normas legais.

De acordo com a denúncia, Haram Santhiago, administrador do posto, e João Revoredo, responsável técnico, atuaram de forma conjunta para permitir a comercialização do produto adulterado.

Durante a fiscalização, equipes identificaram tanques expostos e em obras, ampliando a possibilidade de contaminação do combustível.

O MPPI ainda destacou que ambos os empresários já são investigados no âmbito da Operação Carbono Oculto. O órgão pediu a condenação dos denunciados e a fixação de indenização mínima de R$ 50 mil por danos morais coletivos, valor que deve ser destinado ao Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (FPDC).Tanques irregulares e combustível fora dos padrões da ANP foram identificados no Posto HD 11 - Foto: Reprodução/internet

Operação Carbono Oculto

Deflagrada em 5 de novembro em cidades do Piauí, Maranhão e Tocantins, a Operação Carbono Oculto investiga um esquema de lavagem de R$ 5 bilhões vinculado ao PCC.

Ao todo, 49 postos de combustíveis foram interditados, sendo 16 em Teresina. A investigação identificou movimentações financeiras atípicas envolvendo empresas, fundos de investimento e fintechs utilizados para ocultar patrimônio da organização criminosa.

Entre os bens apreendidos estão um Porsche avaliado em R$ 550 mil e um avião Cessna Aircraft 210M, pertencente ao empresário Haran Santhiago. Outros três aviões não foram encontrados durante o cumprimento dos mandados.

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