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Polícia

Polícia desarticula quadrilha que abusava e torturava mulheres

Quatro suspeitos foram presos em ação que identificou transmissões ao vivo de violência sexual e automutilação

Uma operação deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na manhã desta segunda-feira (30) resultou na prisão de quatro homens suspeitos de integrar uma quadrilha que promovia estupros e tortura virtual contra meninas e mulheres, além de compartilhar imagens íntimas das vítimas em redes sociais. A ofensiva ocorreu simultaneamente em nove estados.

As investigações, conduzidas pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, começaram após a denúncia de uma mãe, que relatou a divulgação de fotos íntimas da filha. A partir daí, os policiais descobriram uma rede criminosa que se articulava pela internet para praticar os crimes.

De acordo com a Polícia Civil, o grupo utilizava plataformas como o Discord para organizar ataques. Durante a apuração, foram localizados registros que indicam que os estupros e as sessões de tortura eram transmitidos ao vivo. Em alguns casos, as gravações também eram divulgadas posteriormente. Há relatos de mulheres obrigadas a se automutilar e a marcar com lâminas, na própria pele, o nome dos envolvidos.


Foto: Divulgação

A operação, batizada de Abbraccio, teve como alvo nove estados: Rio de Janeiro, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Piauí, Santa Catarina e São Paulo. Em Duque de Caxias, Pedro Henrique Souza Lourenço, de 20 anos, foi preso em casa, onde foram apreendidos um computador e um notebook.

Segundo a polícia, o avanço das investigações só foi possível depois da prisão de um integrante do grupo no mês passado. A análise dos dispositivos eletrônicos dele revelou cerca de 80 mil arquivos, entre fotos, vídeos e áudios, que ajudaram a identificar outros suspeitos.

Para os investigadores, o material coletado demonstra o grau de crueldade dos acusados, que teriam tratado o sofrimento das vítimas com frieza. Os alvos são investigados pelos crimes de estupro, tortura, ameaça, misoginia, racismo e violação de intimidade.

Além das prisões, a ação desta segunda-feira cumpriu mandados de busca e apreensão para recolher celulares, computadores e mídias digitais. A expectativa é que o conteúdo desses aparelhos comprove os crimes e ajude a polícia a mapear ainda mais a atuação do grupo.

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