O senador Ciro Nogueira (PP-PI) fez duras críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante entrevista ao programa Boa Tarde Piauí, da TV Band. O parlamentar afirmou que o atual governo vive uma crise de credibilidade, com políticas econômicas equivocadas, aumento constante de impostos e falta de diálogo com o Congresso Nacional.
Ciro também defendeu o fim da reeleição para cargos do Executivo e a adoção de mandatos únicos de cinco anos. Segundo ele, a proposta será debatida e votada ainda neste segundo semestre no Senado Federal, sob relatoria do também piauiense senador Marcelo Castro (MDB-PI).
“Acho que é quase unanimidade no Senado que devemos encerrar o ciclo da reeleição. Um mandato de cinco anos, sem reeleição, é mais justo e eficaz”, afirmou o senador.
“Governo da decepção” e tensão com o Congresso
O senador classificou a atual gestão federal como “um governo que prometeu muito e não entregou nada”. Ele destacou que o país vive hoje o maior nível de juros da sua história e que o setor produtivo está sufocado por uma política fiscal irresponsável.
“O PT fez a maior recessão com Dilma e agora impõe os maiores juros da história com Lula. O setor produtivo não aguenta. A cada 37 dias, temos aumento de impostos no Brasil”, criticou.
Ciro também reagiu à possibilidade de o governo recorrer ao Supremo Tribunal Federal para reverter votações do Congresso:
“É um erro gravíssimo. O STF não pode decidir sobre aumento de imposto ignorando o parlamento. Se isso acontecer, o Congresso vai reagir”, disse.
Ruptura total com o governo Lula
O presidente nacional do Progressistas afirmou que a legenda está prestes a formalizar o rompimento total com o governo federal. De acordo com ele, a federação partidária (Progressistas e União Brasil) já não vê sentido em ocupar cargos na gestão petista.
“Vamos convocar convenções em agosto e anunciar que nenhum membro do nosso partido permanecerá nesse governo. Não temos identidade com o PT, nem sinergia com o que eles defendem”, disse Ciro.
Eleições 2026 e oposição consolidada
Sobre o cenário para 2026, o senador destacou que a oposição está organizada e que o ex-presidente Jair Bolsonaro, mesmo inelegível, continua sendo o principal líder do campo conservador.
“Vamos lutar para que Bolsonaro volte a ser elegível. Se não for, quem define o candidato é ele. Hoje, o nome mais forte é o do governador Tarcísio, que venceria Lula em todos os estados”, afirmou.
Questionado sobre ser vice em uma chapa nacional, Ciro não descartou, mas reafirmou foco no Piauí:
“Se eu tiver de optar entre o Brasil e o Piauí, mil vezes o Piauí. Minha prioridade é aqui”, garantiu.
Chapas proporcionais e base no interior
Apesar das saídas de nomes importantes da legenda, como os deputados Marden Menezes e Bárbara do Firmino, Ciro assegurou que o Progressistas fará uma chapa competitiva:
“Vamos eleger de cinco a sete deputados estaduais. A chapa vai ser atrativa porque exigirá menos votos do que as da base do governo”, explicou.
Encontro com Fábio Xavier gerou reação do PT
Ciro comentou ainda a repercussão do encontro com o deputado licenciado Fábio Xavier (PT), secretário estadual de agronegócio, que causou mal-estar na base petista:
“Foi um gesto de amizade, não de aliança. Fábio é meu amigo desde sempre. A base dele vota comigo, e ele vai ter que respeitar isso”, afirmou.
Ciro finalizou a entrevista reforçando que, apesar da oposição ferrenha ao governo Lula, está aberto ao diálogo com quem quiser trabalhar pelo país.
“O Brasil arrecada como país de primeiro mundo e entrega serviços de terceiro. O presidente precisa ouvir as donas de casa e cortar gastos. Se for para ajudar o Brasil, estarei à disposição”, concluiu.
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