A Polícia Federal concluiu a perícia no celular apreendido com a vereadora Tatiana Medeiros e revelou uma série de atividades digitais realizadas por ela enquanto já estava sob custódia. A análise indica que Tatiana manteve comunicação com o namorado, o presidiário Alandilson Cardoso Passos — apontado como liderança da facção Bonde dos 40 — e ainda realizou compras pela internet, pesquisas de viagens e interações com familiares e advogados.
Segundo relatório da PF, chamadas de vídeo entre Tatiana e Alandilson ocorreram nos dias 7, 9 e 13 de maio, mesmo com ambos já presos. As ligações foram identificadas por meio de prints extraídos do iPhone 16 Pro Max, que estava com a parlamentar no momento da apreensão.
A investigação também aponta que o aparelho celular teria sido entregue à vereadora entre os dias 4 e 6 de abril, possivelmente por um advogado, versão que coincide com o que ela mesma relatou. A primeira atividade registrada no telefone é de 7 de abril, quando Tatiana interagiu com o atendimento virtual de uma instituição bancária.
Foto: Polícia FederalCompras e buscas enquanto presa
A perícia revela ainda que Tatiana realizou buscas por passagens aéreas com embarque previsto para o dia 27 de maio, partindo de Belo Horizonte (MG) com destino a Teresina (PI). A viagem teria apenas um passageiro e não havia data de retorno prevista.
Além disso, foram identificadas compras em um supermercado online, no valor de R$ 549,50, com itens como achocolatado, adoçante e antitranspirante. Os produtos teriam sido adquiridos por meio de um site especializado na entrega de mantimentos a detentos.
A parlamentar também manteve comunicação com familiares, incluindo a mãe, a tia Leonice e o tio, o advogado Francisco Medeiros. Em uma das conversas, Francisco trata do andamento do processo, solicita a assinatura digital de uma procuração e aborda temas como a declaração do imposto de renda e a possível restituição de bens apreendidos.
Tatiana ainda entrou em contato com uma livraria, consultando a disponibilidade de uma obra, cujo pagamento foi confirmado e entrega solicitada para um endereço específico.
Investigação segue em andamento
Com base nos elementos colhidos, a Polícia Federal do Piauí concluiu o laudo pericial e informou que o material já foi protocolado no processo judicial eletrônico. Em cumprimento à decisão judicial de compartilhamento de provas, os dados também serão encaminhados à Polícia Militar, que conduz apuração complementar no âmbito da corporação.
O delegado responsável pelo caso deve avaliar a necessidade de novas diligências. A vereadora é investigada no âmbito da Operação Escudo Eleitoral, que apura possível relação de agentes políticos com o crime organizado.
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