Gestantes atendidas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Teresina agora têm acesso ao exame de detecção do vírus linfotrópico humano (HTLV) durante o pré-natal. A medida, implantada pela Fundação Municipal de Saúde (FMS) desde outubro de 2025, reforça o compromisso com a prevenção e o diagnóstico precoce da infecção.
De acordo com Teresa Moura, coordenadora do Laboratório Raul Bacelar da FMS, o exame é solicitado durante a consulta médica na Estratégia de Saúde da Família, conforme avaliação do profissional. A iniciativa tem como foco principal reduzir a transmissão vertical da mãe para o bebê que pode ocorrer durante a gestação, o parto ou a amamentação.
Foto: Ascom FMSO HTLV pertence à mesma família do HIV, mas não causa AIDS. A transmissão ocorre por meio do contato com sangue contaminado, relações sexuais desprotegidas e pelo leite materno. Embora a maioria dos infectados não apresente sintomas, entre 5% e 10% dos casos podem evoluir para doenças graves, como leucemia/linfoma de células T e paraparesia espástica tropical. Entre os sintomas mais comuns estão fraqueza nas pernas, dores, dificuldade para urinar e prisão de ventre.
Para Teresa Moura, a inclusão do exame de HTLV na rotina do pré-natal representa um avanço significativo. “Com a medida, Teresina se junta a outras capitais brasileiras que vêm fortalecendo políticas de prevenção e diagnóstico do HTLV, ampliando a proteção às gestantes e aos recém-nascidos e contribuindo para a conscientização sobre um vírus ainda pouco conhecido, mas de grande impacto clínico e social”.
Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10 milhões de pessoas vivem com o HTLV no mundo, sendo a América Latina, a África e o Japão as regiões de maior prevalência. No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda a ampliação da testagem em gestantes como estratégia para reduzir a transmissão vertical do vírus.
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