O prefeito de Teresina, Sílvio Mendes (União Brasil), revelou nesta terça-feira (7) que a dívida da Prefeitura alcança aproximadamente R$ 3 bilhões — valor três vezes maior que o anunciado anteriormente e quase metade do orçamento anual do município, estimado em R$ 6,4 bilhões.
Segundo o gestor, o levantamento realizado pelo setor financeiro identificou mais de 3.770 contratos, que serão encaminhados ao Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI). Entre os principais débitos estão:
R$ 480 milhões em restos a pagar;
R$ 280 milhões em consignações não repassadas;
R$ 212 milhões com terceirizados, parte já judicializada;
R$ 570 milhões em dois empréstimos com o Banco do Brasil;
R$ 275 milhões de empréstimos com a Caixa Econômica Federal;
R$ 502 milhões de repasses não realizados ao IPMT;
Entre outros valores com BRB, BID, CAF, FGTS e INSS.
Sílvio afirmou que já iniciou a renegociação das dívidas bancárias e suspendeu temporariamente todas as nomeações e contratações de terceirizados. "Nós estamos vendo que está mais difícil do que pensei", declarou.
Foto: Semcom
O prefeito também relatou casos de irregularidades, como obras contratadas verbalmente, sem documentação oficial. Um dos exemplos citados foi o de uma fornecedora que teria asfaltado ruas na Zona Sul sem contrato formal, no valor de R$ 500 mil.
Diante da crise, o prefeito não descarta a desativação de mais secretarias, além das cinco já extintas, como medida de contenção. “A prefeitura está devendo, mas a porta continua aberta. O prestígio da administração pública precisa ser retomado”, afirmou.
Ex-prefeito Dr. Pessoa responde
O ex-prefeito Dr. Pessoa (PRD) negou as acusações e cobrou provas. Em nota, sua assessoria jurídica afirmou que a Controladoria do Município não emitiu parecer sobre as denúncias e que todas as obras foram realizadas com licitação e publicadas no Diário Oficial. Ele também se colocou à disposição das autoridades para esclarecimento.
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