A Justiça do Piauí suspendeu os shows do “Festejo do Povo”, em Cocal, previstos para ocorrer entre os dias 11 e 14 de agosto de 2025, após acatar pedido do Ministério Público. A decisão liminar, assinada nesta quarta-feira (7) pelo juiz Anderson Brito da Mata, cancelou os contratos com quatro artistas que somavam R$ 1.840.000,00 em recursos públicos.
Entre os cachês estavam: DJ Alok (R$ 800 mil), Natanzinho (R$ 650 mil), Hungria Hip Hop (R$ 250 mil) e Anjos de Resgate (R$ 140 mil). Todos seriam pagos com verba municipal de livre aplicação.
O juiz considerou o gasto incompatível com a realidade da cidade, que declarou estado de calamidade financeira em janeiro. “Não me parece crível concluir que, em menos de cinco meses, o município saiu da penúria para uma situação de conforto econômico”, afirmou na decisão.
Foto: Redes Sociais
O Ministério Público apontou ainda falta de atendimento na saúde, inadimplência com servidores, contas bloqueadas, falta de água em comunidades e uso da festa para promoção pessoal do prefeito Cristiano Britto e da esposa, Lívia Janaina.
Além do cancelamento dos contratos, a decisão determina:
Proibição de novas contratações com dinheiro público;
Multa pessoal de R$ 3 milhões ao prefeito em caso de descumprimento;
Retirada de outdoors com imagens do prefeito e da esposa, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.
A Prefeitura alegou que parte das atrações seria bancada por emendas e patrocinadores, mas o juiz afirmou que os documentos não comprovam isso. A decisão não impede apresentações pagas exclusivamente por entes privados ou pelo Estado.
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