A Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2024, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela um quadro acentuado de desigualdade econômica no Piauí. O estudo aponta que os maiores rendimentos médios no estado estão concentrados entre homens, pessoas brancas e indivíduos com 60 anos ou mais, grupos que, historicamente, apresentam vantagem socioeconômica no mercado de trabalho.
De acordo com os dados, os homens piauienses receberam, em média, R$ 2.254, cifra 19% superior à renda feminina, que ficou em R$ 1.886. A análise por raça também reforça essa disparidade: a população branca obteve rendimento de R$ 2.704, enquanto pretos e pardos ganharam, em média, R$ 2.094, uma diferença de 29%.
A faixa etária com maior poder de rendimento é a de idosos. Pessoas com 60 anos ou mais alcançaram renda média de R$ 3.167, valor 110% acima do grupo mais jovem, formado por indivíduos entre 14 e 29 anos, cuja média foi de R$ 1.504. As demais faixas ficaram em R$ 2.160 (30 a 49 anos) e R$ 2.285 (50 a 59 anos), ainda distantes do patamar dos idosos.
No cenário nacional, o comportamento é semelhante: idosos seguem liderando a renda média, com R$ 3.561, valor 68% maior que o dos mais jovens, que receberam R$ 2.125. As faixas intermediárias registraram rendimentos próximos: R$ 3.441 (30 a 49 anos) e R$ 3.461 (50 a 59 anos).
Piauí tem a maior desigualdade de renda do país
O levantamento do IBGE traz outro destaque: o Piauí ocupa o primeiro lugar entre os estados mais desiguais do Brasil. Enquanto os 10% mais ricos, aproximadamente 133 mil pessoas, receberam R$ 9.628 em média, os 40% mais pobres, cerca de 523 mil piauienses, tiveram renda de apenas R$ 608.
A diferença entre os dois extremos chega a 15,8 vezes, configurando o maior desequilíbrio registrado no país segundo a SIS.
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