A Universidade Estadual do Piauí (Uespi) adotou um protocolo criterioso para o recebimento de doações de livros, com o objetivo de assegurar que apenas materiais em boas condições físicas e alinhados às demandas acadêmicas passem a compor o acervo institucional. Coordenado pela Biblioteca Central, o processo inclui triagem prévia, avaliação técnica e registro formal, etapas que buscam proteger e organizar o patrimônio bibliográfico da universidade.

A diretora da Biblioteca Central, professora Conceição de Maria Bezerra da Silva, explica que os procedimentos atuais surgiram após episódios em que doações colocaram em risco o acervo. Ela relembra situações em que materiais chegaram contaminados ou deteriorados, exigindo medidas de segurança. “Já recebemos livros com agentes biológicos e químicos nocivos, impossíveis de recuperar. Em muitos casos, a única solução era o descarte imediato. Para proteger o acervo, definimos critérios claros e passamos a segui-los com rigor”, afirma.

Foto: Ascom Uespi

A primeira etapa do processo exige que o doador envie por e-mail uma lista detalhada das obras que pretende doar, contendo autor, título, edição e ano de publicação. A partir dessas informações, a equipe organiza a triagem inicial. Para a diretora, esse passo é indispensável. “A relação prévia das obras é indispensável porque orienta o trabalho da comissão avaliadora. Sem esses dados, não é possível verificar se o livro atende às necessidades da universidade”, explica.

Com a lista em mãos, uma comissão interna de bibliotecários avalia a pertinência acadêmica, a atualidade e o estado físico das obras. Algumas áreas exigem atenção especial por conta da velocidade das atualizações. “Nas áreas de saúde e direito, observamos se a obra está atualizada dentro de um intervalo de três a cinco anos em relação ao ano da doação. Para as demais áreas, avaliamos conforme a pertinência, exceto quando se trata de obras fundamentais, que não perdem valor mesmo sendo mais antigas”, detalha a gestora.

Foto: Ascom UespiA integridade física dos livros é outro ponto decisivo no aceite. Materiais com mofo, páginas faltando, rasuras extensas ou indícios de infestação são automaticamente recusados, a fim de evitar danos ao acervo. “A integridade física do livro é um ponto decisivo. Um único exemplar contaminado pode comprometer prateleiras inteiras. Por isso, somos cuidadosos e seguimos protocolos de conservação”, reforça Conceição.

Após a avaliação, a Biblioteca Central comunica ao doador quais obras foram aprovadas e orienta sobre o local e as condições de entrega. O transporte fica sob responsabilidade do doador. Quando os livros chegam à universidade, passam por catalogação, registro e inserção no sistema da Uespi antes de serem liberados para consulta.

Foto: Ascom UespiA diretora destaca que as doações são essenciais para ampliar as coleções e fortalecer o ensino, a pesquisa e a extensão, desde que cumpram os critérios definidos. “As doações são bem-vindas e representam um fortalecimento importante para o ensino, a pesquisa e a extensão. Nosso compromisso é aproveitar cada contribuição da melhor forma possível, garantindo que o acervo siga relevante, atualizado e seguro”, finaliza.

Por fim, a gestão incentiva o uso constante do acervo físico e dos serviços digitais disponíveis aos estudantes. “Aproveitamos para convidar a comunidade acadêmica a intensificar o uso do acervo impresso da Biblioteca Central e também a acessar nossos produtos e serviços, que hoje estão totalmente disponíveis on-line pelo Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA), na página da biblioteca no site da Uespi”, pontua a diretora.

Foto: Ascom Uespi