O governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Rafael Fonteles, apresentou, nesta segunda-feira (1º), o balanço das ações desenvolvidas ao longo de 2025 e adiantou que o próximo ano deverá marcar uma expansão significativa do crédito produtivo disponível para empresas da região. A apresentação ocorreu durante a última assembleia-geral do consórcio, que reuniu governadores e vice-governadores dos nove estados nordestinos.

O encontro destacou o trabalho das 18 câmaras temáticas do consórcio, responsáveis por formular projetos e articular políticas públicas conjuntas nas áreas de segurança, saúde, educação, desenvolvimento econômico, energia, meio ambiente, agricultura, infraestrutura e cultura. As equipes técnicas de cada estado consolidaram, ao longo do ano, propostas integradas para fortalecer a cooperação interfederativa.

Foto: Gabriel PaulinoFonteles anunciou que será divulgado um pacote de investimentos construído em parceria com instituições financeiras como BNDES, Banco do Nordeste, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Finep. Segundo ele, ampliar o acesso ao crédito é prioridade para acelerar a redução das desigualdades regionais, especialmente no setor produtivo. O governador reforçou que essa pauta tem sido central durante sua gestão à frente do consórcio, já que o crédito insuficiente ainda é uma das barreiras ao desenvolvimento econômico do Nordeste.

Durante a assembleia, Fonteles lembrou que, embora o acesso ao crédito tenha avançado nos últimos anos, sobretudo após 2003, ainda existem distorções relevantes no país. Ele citou como exemplo a linha inicial de R$ 10 bilhões oferecida a empresas nordestinas, cuja procura superou em mais de dez vezes a oferta disponível. 

Mais de R$ 120 bilhões em projetos foram apresentados pelos setores produtivos, com ênfase em iniciativas ligadas à transição energética. O presidente do consórcio afirmou que aguarda o retorno dos bancos com o volume final aprovado, expectativa de que o valor ultrapasse os recursos inicialmente previstos.

O governador voltou a defender que a região está preparada para liderar a industrialização baseada em energia limpa, impulsionada pelo avanço das fontes eólicas e solares. Para ele, o desafio é transformar essa vantagem energética em atração de indústrias, evitando que o Nordeste seja apenas exportador de eletricidade.

Além do setor energético, outras áreas estratégicas devem ser fortalecidas com o novo ciclo de crédito. Entre elas estão a agropecuária especialmente no Piauí e Maranhão, a economia digital, que tem crescido com a qualificação profissional da população, e o turismo e a economia criativa, considerados setores de grande potencial devido à diversidade cultural e natural dos estados nordestinos.

A assembleia encerrou com a expectativa de que 2026 marque um avanço na política de crédito regional e consolide a agenda de desenvolvimento integrada do Consórcio Nordeste.