No calendário da gastronomia, o fim de maio reserva uma homenagem especial a dois ícones universais da cozinha: o hambúrguer (27/05) e a batata frita (30/05). Mais do que uma combinação popular, essa dupla representa o encontro entre técnica, equilíbrio sensorial e paixão pela comida. Uma união que atravessa gerações, fronteiras e estilos do fast food ao prato autoral.
O hambúrguer, em sua forma clássica, é um estudo preciso sobre cocção, textura e composição. A escolha do blend de carnes, por exemplo, é determinante para garantir suculência e sabor. Cortes como acém, peito e fraldinha combinados com aproximadamente 20% de gordura produzem um disco que, ao ser selado corretamente, desenvolve uma crosta caramelizada por meio da reação de Maillard, sem comprometer a umidade interna.
A montagem também exige raciocínio técnico: o pão deve ter estrutura e leveza firme o suficiente para conter os sucos da carne, mas sem roubar protagonismo na mordida. Ingredientes frescos, como alface e tomate, trazem contraste térmico e crocância. Já os molhos devem atuar como elementos de ligação, equilibrando acidez, doçura e untuosidade sem sobrepor os demais sabores.
A batata frita, por sua vez, é um exemplo clássico de técnica de fritura em duas etapas: a pré-cozimento em temperatura moderada garante interior macio, enquanto a segunda imersão, em óleo mais quente, resulta em uma crosta dourada e crocante.
Quando unidas no prato, essas duas preparações criam uma experiência sensorial completa. Proteína, gordura e carboidrato se equilibram quase como em uma fórmula matemática, provocando saciedade, prazer e conforto. É o contraste entre texturas, temperaturas e sabores que justifica o sucesso atemporal dessa parceria.
Foto: Amandha Silveira
O hambúrguer, com raízes que remontam à Europa e consagração moderna nos Estados Unidos, transcendeu o simples “pão com carne”. Hoje, é um símbolo de identidade culinária, criatividade e versatilidade presente tanto em lanchonetes de bairro quanto em menus de chefs estrelados. Pode ser simples ou elaborado, mas quando bem executado, é sempre irresistível.
E o que seria dele sem a batata frita? Crocante, salgada e reconfortante, ela cumpre um papel fundamental no equilíbrio do prato. Em suas múltiplas variações rústica, palito, chips, temperada com ervas ou acompanhada de queijos e molhos a batata é mais do que acompanhamento: é celebração à parte.
No cenário atual, essa dupla também ganhou novas leituras: hambúrgueres veganos, fermentações naturais, pães artesanais, batatas assadas ou preparadas em air fryer. Ainda assim, o que sustenta o sucesso está na base técnica bem aplicada e no respeito ao ingrediente.
Há algo de mágico nessa combinação: ela é conforto em forma de comida, é memória de infância, é encontro com amigos, é lanche descomplicado ou prato principal em uma mesa caprichada. É a prova de que, na gastronomia, o clássico nunca sai de moda apenas se reinventa.
Então, que tal aproveitar a data para criar a sua versão favorita? Use ingredientes frescos, explore combinações inusitadas e celebre essa união com sabor e criatividade.
Por Amandha Silveira – Chef de Cozinha e colunista de gastronomia
Instagram: @amandhassilveira | www.amandhasilveira.com.br
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