Quinta, 01 de maio de 2025, 06:36
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Notas de Sabor

O que a cozinha piauiense tem? Tradição, história e identidade

Se o coração de um estado fosse uma panela, o Piauí certamente teria um caldeirão quente e perfumado, sempre a ponto de transbordar sabor e histórias.

A cozinha piauiense é um reflexo vivo da história e da cultura do estado. Para compreendê-la, é preciso olhar para suas raízes, profundamente marcadas pelas influências indígenas, africanas e portuguesas. Esses povos moldaram não apenas os sabores, mas também os hábitos alimentares que persistem até hoje, tornando a gastronomia do Piauí uma expressão autêntica de sua identidade.

A riqueza do território se traduz no uso de ingredientes nativos, como o caju, que se aproveita tudo, da castanha ao pedúnculo, que também dá origem à icônica cajuína – a bebida de origem indígena tradicional no Piauí, que tornou-se um símbolo da cultura nordestina e da identidade brasileira. Em 2014, seu valor histórico e cultural foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que a declarou Patrimônio Cultural Brasileiro.

Foto: Amandha Silveira


Outro ingrediente que não pode faltar à mesa é a farinha de mandioca, herdada dos indígenas, presente em farofas, fritos, pirões e na tradicional paçoca de carne de sol, um clássico do sertão. O cheiro-verde, composto por cebolinha e coentro, também é indispensável na finalização e tempero dos pratos típicos.

O estado se destaca como um dos maiores produtores de mel do Brasil. Segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM 2023) do IBGE, o Piauí saltou da sexta para a segunda posição no ranking nacional, ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul.

Entre os laticínios, o Piauí ostenta um produto singular: o requeijão cardoso – queijo de corte, artesanal, de sabor amendoado e textura firme. No que se refere às proteínas, o carneiro ocupa lugar de destaque na mesa do piauiense, seja em pernil assado ou no tradicional espinhaço guisado. Os miúdos também são aproveitados em pratos como sarapatel e buchada. A galinha caipira e o capote (galinha-d’angola) são outras preferências locais, dando origem a receitas emblemáticas como galinha ao molho pardo, galinhada, creme de galinha e arroz de capote.


Foto: Prato etapa estadual chef show. Menu Abraço - Piauí: Selim de carneiro com farofa de castanha de caju, vinagrete de feijão verde e esferas de cajuina.


Simples, autêntica e carregada de história, a culinária piauiense é um reflexo do seu povo: forte, generoso e ligado às suas origens. Muito além do sabor, cada prato traz consigo a tradição e a identidade de um estado que valoriza suas raízes e as transforma em cultura.

Da próxima vez que se sentar à mesa para saborear um prato piauiense, não pense apenas no que está no seu prato. Pense na terra, nas mãos que prepararam aquilo, nas histórias que moram ali e no que cada pedaço de comida representa para o povo dessa terra tão rica, mas que tem algo ainda mais precioso: sua comida.


Celebrando o Dia do Churrasco: Mais que comida, um ritual de sociabilidade

O aroma irresistível da carne na brasa, o burburinho das conversas, o brinde com os amigos... O churrasco transcende a simples refeição, elevando-se a um ritual de celebração e convívio.

A origem do churrasco remonta à pré-história, com o domínio do fogo. Quanto aos pratos típicos da culinária regional, a invenção do churrasco, carne assada nas brasas, é atribuída aos índios, assim como a farinha de mandioca, acompanhamento indispensável.

A celebração do Dia do Churrasco teve origem no Rio Grande do Sul, em homenagem à fundação do primeiro Centro de Tradições Gaúchas, estabelecendo o dia 24 de abril como data comemorativa. A data foi oficializada pela Lei Estadual nº 11.929, de 2003, que reconheceu o churrasco à gaúcha como prato típico da região.

Foto: Amandha Silveira

Ao longo dos tempos, o churrasco manteve sua essência, a carne assada sobre brasas, mas ganhou novas dimensões. Hoje, ele é sinônimo de festividade, um momento especial que escapa à rotina, onde pessoas se reúnem para comer, beber e celebrar.

Seja em um almoço de domingo em família ou em uma grande comemoração, o churrasco serve como um pretexto para a reunião de pessoas que compartilham laços em comum.
E, como toda boa festa, o churrasco pede acompanhamentos à altura. Embora a maionese de batata e o pão de alho sejam sempre bem-vindos, a farofa e o vinagrete se consagram como os acompanhamentos indispensáveis. A farofa, com sua textura crocante e sabor marcante, e o vinagrete, com sua acidez refrescante, equilibram a suculência da carne e complementam o paladar.

Prepare a brasa, escolha a carne, convoque os amigos e familiares, e não se esqueça dos acompanhamentos essenciais! Que tal preparar um delicioso pão de alho para completar o seu churrasco e deixa-lo ainda mais saboroso!

Pão de alho

5 pães franceses
3 colheres de sopa de maionese
3 dentes de alho espremidos
3 colheres de sopa de manteiga com sal
2 colheres de sopa de requeijão
120 gramas de queijo muçarela picado ou ralado
Ervas de sua preferência e a gosto (opcional)

Faça alguns cortes nos pães, tomando cuidado para não abri-los totalmente; Misturar a maionese, o alho espremido, manteiga, requeijão e a muçarela picada ou ralada até formar uma pasta.

Colocar a pasta em cada corte do pão e levar para o forno pré-aquecido a 180º por aproximadamente 10 minutos ou até está gratinado.


Do prato ao insta: A revolução da comida instagramável

A apresentação visual dos alimentos sempre desempenhou um papel crucial na experiência gastronômica, e, nos dias de hoje, essa relação se intensifica. Estudos mostram que os consumidores associam as expectativas de sabor a partir de pistas visuais – seja pelo aspecto do alimento, do recipiente ou da forma como ele é apresentado. Alimentos esteticamente agradáveis têm maior chance de despertar uma atração visual e gerar uma percepção positiva sobre sua qualidade (MONROY-CESEÑA, 2021; MOTOKI, 2023). Na prática, a estética de um prato pode influenciar diretamente a aceitação e o consumo do mesmo.

Historicamente, a boa apresentação sempre foi valorizada. Na Roma Antiga, por exemplo, os banquetes eram eventos onde o poder e a riqueza eram demonstrados através não apenas da comida servida, mas da forma como ela era disposta e decorada (MEDEIROS, 2019).

Seja bem-vindo ao universo da comida 'Instagramável', onde a estética é tão importante quanto o sabor!

Foto: Amandha Silveira 

O Poder da Primeira Imagem

A culinária, que sempre foi uma arte, tornou-se ainda mais visual com o advento das redes sociais. Pratos que se assemelham a obras de arte, cuidadosamente decorados e com composições de tirar o fôlego, estão se tornando cada vez mais comuns. O grande desafio para os chefs agora não é apenas criar pratos saborosos, mas também desenvolver experiências visuais que se destaquem nas telas de smartphones.

Hoje, os consumidores buscam uma experiência sensorial completa – que começa no momento em que o prato é colocado à mesa e segue até a captura perfeita para o feed das redes sociais. Esse desejo por uma refeição que, além de deliciosa, seja visualmente impactante, reflete uma mudança de comportamento no mercado gastronômico.

A Ciência por Trás da Estética Irresistível

O impacto visual de um prato não é fruto do acaso, mas de uma estratégia cuidadosamente planejada. Chefs, fotógrafos e influenciadores colaboram para criar imagens que não só representam a comida, mas também transmite um estilo de vida. A psicologia das cores, aliada ao design meticuloso dos pratos, é usada para maximizar o impacto visual e despertar um desejo imediato. Ingredientes são dispostos de maneira harmônica, criando um equilíbrio que atrai os olhos e aguça o apetite.

A força dessa estética vai além do simples apelo visual. Em um cenário digital, a imagem de um prato no Instagram pode ser mais decisiva do que a descrição detalhada do cardápio, influenciando diretamente as escolhas dos consumidores. Em muitos casos, a foto perfeita tem o poder de gerar uma demanda instantânea por aquele prato específico, tornando-se um fator de marketing poderoso.

A comida 'Instagramável' não é mais apenas uma tendência passageira. Ela se tornou uma verdadeira revolução na forma como consumimos e compartilhamos experiências gastronômicas. Em um mercado altamente competitivo, onde a experiência de consumo precisa ser única e memorável, a estética dos pratos desempenha um papel fundamental. Restaurantes e chefs sabem que a imagem de um prato pode atrair novos clientes e fidelizar os antigos.

Estás pronto(a) para explorar o mundo da comida Instagramável?


Foto: Amandha Silveira 

Referências:

MEDEIROS, M.R. Poder e representações: a importância do banquete na Roma antiga. Humanidades em Revista - CCH-UNIRIO, V1, Nº 1, 2019-2. Disponível em: <Vista do PODER E REPRESENTAÇÕES: A IMPORTÂNCIA DO BANQUETE NA ROMA ANTIGA (unirio.br)> Acesso em: 01 de maio de 2024.

MONROY-CESEÑA, M.A. Calidad del servicio en restaurantes de Todos Santos (México) por concepto de género. Revista Universidade e Revista de Negócios, vol.23, no.40, Bogotá, jan./jun. 2021. Disponível em: <Calidad del servicio en restaurantes de Todos Santos (México) por concepto de género (scielo.org.co)> Acesso em: 02 de maio de 2024.

MOTOKI, K.; SPENCE, C.; VELASCO, C. When visual cues influence taste/flavour perception: A systematic review. Food Quality and Preference, Volume 111, 2023. Disponível em: <When visual cues influence taste/flavour perception: A systematic review - ScienceDirect> Acesso em: 01 de maio de 2024.


Mesa posta com sabor de Páscoa: momentos de convivência e partilha

A Páscoa é uma época especial, marcada pela celebração religiosa, mas também por momentos de convivência e partilha à mesa. Quando se trata de gastronomia, os cuidados com a escolha dos ingredientes, o preparo e a apresentação dos pratos são muito importantes. E foi com esse intuito que fui ao Sam’s Club para a realização do projeto "Do Mercado à Mesa Posta", que envolve a seleção dos melhores ingredientes, o passo a passo do preparo das receitas e, por fim, a montagem de uma mesa posta para a degustação da refeição preparada.

O primeiro passo de toda refeição memorável começa com a escolha dos ingredientes certos. Fui em busca de produtos frescos, de qualidade e que garantissem o sabor e a textura ideais para as receitas que seriam preparadas. Desde peixes até os legumes e ervas frescas que deram o toque final às preparações, tudo foi cuidadosamente escolhido para garantir uma refeição especial.

Para a Páscoa, que pede pratos mais festivos, optei por ingredientes que fossem saborosos e ao mesmo tempo oferecessem um preparo que fosse tanto sofisticado quanto acessível, garantindo um resultado delicioso e de fácil execução. A qualidade dos ingredientes escolhidos foi fundamental para o sucesso das receitas.

Com os ingredientes escolhidos, chegou a hora de colocar as mãos na massa! A cozinha foi o palco para o desenvolvimento das receitas, que foram pensadas para serem simples, porém sofisticadas, utilizando os ingredientes de qualidade.

O foco estava em manter o sabor, ao mesmo tempo em que a apresentação e os aromas de cada prato pudessem despertar os sentidos, visto que ao cozinhar, a experiência vai além do sabor: envolve os sentidos de visão, olfato e até a memória afetiva.

Após o preparo das deliciosas receitas, chegou o momento de montar a mesa posta. Esse é o toque final que transforma uma simples refeição em uma experiência única. Para a Páscoa, escolhi uma mesa que fosse aconchegante e convidativa, com elementos que remetessem à celebração e à tradição, sem deixar de lado a praticidade e a elegância.

A mesa foi cuidadosamente arrumada com peças que harmonizassem entre si, respeitando as premissas de higiene e funcionalidade da etiqueta. O uso de talheres, copos e louças adequados, além da escolha dos elementos decorativos, são essenciais para que a refeição seja não apenas deliciosa.

Foto: Amandha Silveira

A estética da mesa posta, aliada ao ambiente acolhedor, contribui para criar uma atmosfera que estimula a convivência e a troca de experiências. Afinal, a refeição não se limita ao prato servido, mas ao momento compartilhado à mesa. A decoração pensada para a Páscoa foi pensada de forma a dar leveza, mas também a resgatar o simbolismo e o afeto que envolvem essa data tão especial.

É importante destacar que a gastronomia e a mesa posta são práticas que se convergem para criar momentos de convivência e afeto, fortalecendo os laços sociais e familiares. E a série "Do Mercado à Mesa Posta" tem esse objetivo: mostrar que uma boa refeição vai muito além do simples ato de cozinhar, uma vez que a escolha cuidadosa dos ingredientes, o preparo atencioso das receitas e a montagem da mesa fazem toda a diferença na criação de uma experiência completa.

Ao planejar cada etapa do processo com carinho e dedicação, conseguimos transformar o simples ato de comer em um ritual de prazer e união. No final das contas, não é apenas o que se serve à mesa que importa, mas a experiência de compartilhá-la, celebrando a vida e os momentos que ela nos proporciona.

Para ver todos os detalhes das receitas e a montagem da mesa, acompanhe @amandhassilveira! Lá você encontrará o passo a passo completo de cada preparação, desde a cestinha de salmão, passando pelo delicioso bacalhau à lagareiro como prato principal, até a irresistível torta de chocolate com caramelo salgado. Não perca a chance de se inspirar e reproduzir essa refeição especial para a sua Páscoa!

Mesa Posta de Páscoa: https://www.instagram.com/reel/DIolpbasZYg/?igsh=M2RzOXRnM291cWZv

Cestinha de salmão com guacamole: https://www.instagram.com/reel/DIjMdeRsEq5/?igsh=MXJ5ZTkxMzlpZnFmcw==

Bacalhau à lagareiro: https://www.instagram.com/reel/DIjrrrgpPNN/?igsh=Ymp0bmJmcjRueHN5

Torta de chocolate com caramelo salgado: https://www.instagram.com/reel/DImKeC0pNJO/?igsh=MWdlbHhjbjJxcjZncg==


Receitas especiais para celebrar o domingo de Páscoa

A Páscoa é um momento de renovação, esperança e celebração. Após o período reflexivo da Quaresma, o Domingo de Páscoa nos convida a reunir familiares e amigos ao redor da mesa para desfrutar de uma refeição especial. Aqui, apresentamos três receitas deliciosas que certamente farão o seu almoço de Páscoa inesquecível.


ENTRADA: SALMÃO GRELHADO COM GUACAMOLE EM CESTINHAS DE MASSA FILO

Foto: Reprodução 

Ingredientes:

150 g de massa filo

150 g de Filé de salmão

2 colheres de sopa de Azeite extra virgem

½ unidade de Suco de Limão taihi

3 colheres de sopa de Cebolinha picada

1 colher de chá de Gengibre ralado

1 colher de sopa de Óleo de gergelim

Salsinha picada à gosto

2 Avocados

1 Tomate

½ Cebola roxa

Sal

Pimenta preta moída


Modo de Preparo:

Preaqueça o forno a 180°C. Unte ligeiramente os quadrados de massa filo com óleo ou manteiga e acomode-os em forminhas de cupcakes, para fazer cestinhas ou em formatos quadrados estendidos na assadeira. Asse até dourar. Repita o procedimento até acabarem os quadrados de massa. Essa etapa pode ser feita com antecedência – guarde as cestinhas num recipiente hermético. 

Corte o salmão em cubinhos, num bowl, tempere o salmão com o gengibre ralado, óleo de gergelim, alho sal e pimenta e grelhe rapidamente em frigideira quente untada com azeite e reserve. 

Cortar em cubos pequenos os tomates e cebola roxa, misturar salsinha picada, e o avocado cortado em cubos ou amassado. Temperar com suco de limão e sal. Na hora de servir, coloque o guacamole e o salmão grelhado em cada cestinha e decore com salsinha picada ou brotos.



PRATO PRINCIPAL: BACALHAU À LAGAREIRO

Foto: Reprodução 

Ingredientes:

1 kg de Lombo de Bacalhau

5 Batata 

4 dentes de Alho

1 unidade de Alho poró

4 Cebolas

15 unidades de Azeitona gordal 

1 unidade de Pimentão vermelho

1 unidade de Pimentão amarelo

Sal à gosto

Pimenta preta à gosto

350 ml de Azeite extra virgem

1 unidade de Pão italiano

1 maço de Salsinha fresca

Água


Modo de Preparo:

Lave bem as batatas e cozinhe-as em água com sal até ficarem macias, mas ainda firmes. Escorra e reserve. Coloque os pedaços de bacalhau em um refratário. Disponha as batatas, e as cebolas perolas, os pimentões cortados em tiras e as azeitonas ao redor do bacalhau. Amasse os dentes de alho e espalhe-os. Regue generosamente com azeite extravirgem. Tempere com sal e pimenta preta moída na hora. Leve o refratário ao forno pré-aquecido por cerca de 30-35 minutos, ou até que o bacalhau e as batatas e as cebolas estejam douradas. Decore com salsa fresca picada e sirva quente. O Bacalhau à Lagareiro é geralmente servido como prato principal, acompanhado de pão para absorver o delicioso azeite aromatizado com alho.



SOBREMESA: TORTA DE CHOCOLATE COM GANACHE DE FRANGÉLICO E CARAMELO SALGADO

Foto: Reprodução 

Ingredientes:

Para a base:

100 g de açúcar cristal

250g de manteiga sem sal

400 g de farinha de trigo sem fermento

100g de chocolate em pó 50% cacau

Para o ganache:

400g de chocolate meio amargo

440g de creme de leite

Para o caramelo:

200g de açúcar cristal

200g de creme de leite

395g de leite condensado

Flor de sal


Modo de Preparo:


Para a base, misturar todos os ingredientes até obter uma massa uniforme. Dispor em uma assadeira de fundo removível e levar para o forno pré-aquecido a 180º para assar.

Para o ganache, aqueça o creme de leite e junte o chocolate mexendo até incorporar. 

Para o caramelo, aqueça o açúcar com o até virar caramelo, junte o creme de leite fresco quente e misture bem. Acrescente o leite condensado e dê o ponto de brigadeiro cremoso e acrescente uma pitada de sal.

Estas receitas foram cuidadosamente selecionadas para criar um menu de Páscoa memorável. Que estas receitas possam contribuir para tornar sua celebração ainda mais especial, repleta de sabores deliciosos e momentos inesquecíveis ao lado de quem você ama. Feliz Páscoa e bom apetite!


Links com os preparos:

Cestinha de salmão com guacamole: https://www.instagram.com/reel/DIjMdeRsEq5/?igsh=MXJ5ZTkxMzlpZnFmcw==

Bacalhau à lagareiro: https://www.instagram.com/reel/DIjrrrgpPNN/?igsh=Ymp0bmJmcjRueHN5

Torta de chocolate com caramelo salgado: https://www.instagram.com/reel/DImKeC0pNJO/?igsh=MWdlbHhjbjJxcjZncg==


A Quaresma: Tradições alimentares e suas raízes históricas

Quem não tem memórias da Semana Santa, especialmente aquelas de infância? Eu, por exemplo, lembro-me bem das vezes em que passava o período da Semana Santa no interior. A casa cheia, mesa farta estava sempre repleta de bolos caseiros, tortas e pratos quentes, onde a tradição alimentar não era apenas uma prática religiosa, mas também uma maneira de fortalecer os laços.

A Quaresma, um período litúrgico de 40 dias que antecede a Páscoa, representa para os cristãos uma jornada de profunda reflexão, penitência e renovação espiritual. Historicamente, o período quaresmal foi instituído para recordar os 40 dias em que Jesus Cristo jejuou no deserto, um momento crucial antes de iniciar seu ministério público.  

Durante esse tempo, práticas como o jejum e a abstinência de certos alimentos não são apenas rituais, mas também elementos centrais que moldam a culinária, especialmente em regiões com forte tradição religiosa. A Quaresma tem seu início na Quarta-feira de Cinzas e culmina na véspera do Domingo de Páscoa, e suas tradições alimentares estão intrinsecamente ligadas à história e às práticas religiosas que visam a purificação tanto do corpo quanto da alma, simbolizando a busca por uma conexão mais profunda com a fé e renúncia.


Imagem: Reprodução 

As tradições alimentares da Quaresma são marcadas pela restrição de carne vermelha, simbolizando um sacrifício pessoal em memória do sacrifício de Cristo. Essa abstinência abre espaço para uma rica variedade de pratos à base de peixes, frutos do mar, legumes e grãos. Em países com forte tradição católica, a Quaresma também está ligada a receitas típicas que misturam influências religiosas, culturais e regionais, criando uma tapeçaria gastronômica única.

No Brasil, o consumo de peixe durante a Quaresma se tornou uma tradição profundamente enraizada, com destaque para pratos elaborados com bacalhau. O bacalhau, um ingrediente versátil e saboroso, aparece em diversas versões, desde o clássico Bacalhau à Brás até receitas mais elaboradas e sofisticadas. Além do bacalhau, outros peixes como sardinha, pescada, salmão e tilápia ganham destaque, frequentemente acompanhados de frutos do mar, e preparados de diversas formas: assados, cozidos, fritos ou em ensopados, oferecendo alternativas saborosas e nutritivas.

A mesa quaresmal brasileira também se enriquece com uma grande variedade de pães, bolos e tortas, que são acompanhamentos perfeitos para as refeições, trazendo um toque de aconchego e tradição.

É importante mencionar, que as tradições alimentares da Quaresma não se restringem apenas ao âmbito religioso, mas também exercem um impacto significativo na cultura e na sociedade. Os pratos quaresmais são frequentemente compartilhados em família e entre amigos, fortalecendo os laços sociais e transmitindo valores e costumes de geração em geração. Além disso, a Quaresma impulsiona a economia, incentivando o consumo de peixes, frutos do mar e outros produtos típicos da época.

Seja para celebrar a Quaresma, fortalecer os laços familiares ou simplesmente desfrutar de uma boa refeição, a gastronomia tem o poder de tornar cada momento ainda mais especial. Então, no próximo artigo, trarei três receitas que celebram esse período especial do ano, começando por sugestão de entrada, seguida do prato principal e sobremesa e, conto com a sugestão de vocês para indicar quais receitas querem ver aqui.


O mistério do sabor único: Descubra o ingrediente invisível

Imagine duas cozinhas idênticas, dois conjuntos idênticos de ingredientes, duas pessoas seguindo a mesma receita à risca — ou até a mesma pessoa em dias distintos. E, ainda assim, ao provar os pratos finais, percebemos uma diferença sutil, porém inegável. É como se houvesse um ingrediente secreto, algo que não está escrito em nenhum lugar, mas que faz toda a diferença. O que poderia explicar essa variação aparentemente inexplicável?

Será que é o toque humano? Cada pessoa traz consigo uma história, uma energia, uma presença única, que de algum modo se infiltra no processo de cozinhar. Pense nas mãos que preparam a comida. Elas não estão apenas seguindo uma receita; estão carregadas de histórias, emoções e um toque singular. A alegria, a saudade, a paixão... tudo isso entra na panela!

Talvez o ingrediente invisível seja exatamente isso: a alma do cozinheiro dentro do prato. A felicidade de cozinhar para quem amamos, a saudade de um prato da infância, ou a vontade de aperfeiçoar uma técnica. Cada emoção, cada intenção, parece se infiltrar sutilmente no resultado final.

Sabe aquele bolo da avó, que tem o gosto da infância? Ou aquele prato que você prepara com tanto carinho para alguém especial? Os sentimentos são como temperos invisíveis, que realçam os sabores e tornam cada receita única.

Não podemos ignorar o ambiente em que o prato é preparado e consumido. Onde a comida é feita e saboreada também importa. A luz que entra pela janela da cozinha, os sons ao redor, o aroma que invade o ar enquanto se cozinha. Todos esses elementos criam uma atmosfera singular, que se torna parte da experiência gastronômica.

Talvez o segredo esteja na imperfeição. Como diz o provérbio francês: “A perfeição é o inimigo do bom.” E isso faz todo sentido. As pequenas variações, os “erros” quase imperceptíveis, as adaptações instintivas que cada cozinheiro faz — um punhado a mais de farinha, um minuto a mais no fogo, ou uma pitada extra de tempero colocada por intuição — essas imperfeições, de maneira paradoxal, são o que tornam cada prato único e especial.


Foto: IStok banco de imagens 

E não podemos esquecer que o sabor não está apenas no prato, mas também na percepção de quem o prova. As expectativas do comensal, as memórias gustativas e o estado de espírito no momento da refeição. Todos esses fatores se combinam para criar uma experiência irrepetível.

A cozinha é um espaço de troca, de energia e intenção. Quem nunca experimentou o gosto de uma comida feita com pressa, sem vontade, meio sem alma? Da mesma forma, já sentiu o sabor de um prato simples, mas que parecia um abraço, por ser preparado com carinho e atenção.

Não é misticismo, é percepção. Quando cozinhamos irritados, impacientes ou cansados, tendemos a cortar ingredientes sem cuidado, errar no sal, ou não dar o tempo adequado para que os sabores se desenvolvam. Já quando estamos felizes e presentes no momento, cada detalhe recebe mais atenção, e o resultado final reflete esse cuidado.

O “ingrediente invisível” é, na verdade, uma combinação de fatores tão sutis quanto poderosos. É a soma de quem somos, como nos sentimos, onde estamos e como percebemos o mundo ao nosso redor. É a magia que transforma o simples ato de seguir uma receita em uma verdadeira expressão de humanidade.

Nem sempre é só a técnica ou a qualidade dos ingredientes. O estado de espírito de quem cozinha também tempera o prato. Por isso, antes de começar a cozinhar, respire fundo. Sinta os ingredientes, organize a bancada, coloque uma música que te inspire. Cozinhar é mais do que seguir etapas — é colocar um pouco de si em cada prato. Afinal, o humor pode não ser um ingrediente visível, mas é, sem dúvida, um dos mais importantes.

Da próxima vez que você cozinhar ou saborear um prato, lembre-se: o verdadeiro sabor não está só nos ingredientes listados, mas também naquele elemento misterioso e invisível que torna cada refeição uma experiência única. É o tempero da alma, o sabor da vida.


Qualificação profissional na gastronomia: Desafios e oportunidades

Com o crescimento significativo do setor de alimentação fora do lar no Brasil, torna-se ainda mais crucial investir na qualificação profissional para atender à crescente demanda por serviços de qualidade. Em fevereiro de 2025, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) registrou um aumento expressivo neste setor, destacando o papel fundamental de bares e restaurantes na economia nacional. Este crescimento não apenas reforça a capacidade do setor de gerar oportunidades de trabalho em tempos desafiadores, mas também aponta para o seu potencial contínuo de expansão, evidenciando a relevância do setor no mercado de trabalho brasileiro.

Nos últimos anos, o mercado de trabalho na gastronomia tem se expandido consideravelmente. A crescente valorização da culinária, seja como expressão cultural ou artística, aliada às mudanças nos hábitos alimentares, tem gerado novas oportunidades, mas também novos desafios para os profissionais da área. O aumento de empregos formais e a melhoria nos salários, divulgados pela Abrasel, ressaltam a importância de profissionais bem preparados para atender às demandas de um mercado em constante crescimento.

Nesse contexto, a qualificação profissional não apenas amplia as chances de inserção no mercado de trabalho, mas também contribui para o avanço do setor como um todo. Profissionais bem capacitados têm o potencial de impulsionar inovações, melhorar a qualidade dos serviços prestados e fortalecer a gastronomia como um pilar importante da economia. A formação contínua e a atualização constante são fundamentais, pois as tendências e preferências dos consumidores estão em constante mudança. Investir na qualificação não é apenas uma estratégia de crescimento pessoal, mas também um fator crucial para o desenvolvimento sustentável e a excelência do setor de alimentação.


Foto: Reprodução

A qualificação na gastronomia é um tema multifacetado que envolve diversas frentes de formação e atuação. A escassez de mão de obra qualificada se configura como um desafio crescente, que envolve tanto as estruturas educacionais quanto as especificidades das funções dentro deste setor. Para entender melhor esse cenário, é importante explorar as diferentes formas de qualificação e os impactos de cada uma delas.

Na gastronomia, existem diversas formas de formação profissional, cada uma com suas particularidades, vantagens e desafios. Alguns profissionais optam por cursos de graduação, que oferecem uma base teórica e oportunidades para pesquisa, embora nem sempre sejam acessíveis a todos. Outros preferem a aprendizagem prática, que se concentra na experiência direta e no conhecimento adquirido por meio da prática, mas que pode limitar a exposição a conceitos teóricos mais profundos. Além disso, há os cursos técnicos, que são voltados para o desenvolvimento de habilidades práticas específicas, permitindo uma qualificação mais rápida e focada. A escolha da melhor forma de qualificação depende, portanto, dos objetivos profissionais e das necessidades do mercado, refletindo as diferentes formas de se preparar para uma carreira na área.

A gastronomia, sendo uma arte, exige experimentação, adaptação e evolução. A integração entre teoria e prática é essencial para a qualificação profissional de um cozinheiro. Uma receita, por exemplo, é apenas um guia. Como diz o chef Thomas Keller, “Uma receita não tem alma. Você, como cozinheiro, deve dar alma à receita.” Isso significa que, ao seguir uma receita sem questioná-la ou buscar alternativas, o profissional limita seu processo criativo. A inovação culinária vai além de simplesmente seguir etapas; envolve entender a química dos alimentos, as interações entre texturas e sabores, e explorar as possibilidades de criação.

Para transformar esse cenário, é necessário um maior investimento em educação gastronômica, que combine tanto a teoria quanto a prática. A qualificação na gastronomia é um campo vasto, que une arte, ciência e gestão. O sucesso nesse setor exige uma combinação de formação técnica, experiência prática, criatividade e aprendizado contínuo - imprescindíveis para esse mercado dinâmico e cheio de oportunidades.

Em suma, a qualificação profissional na gastronomia não apenas amplia as perspectivas de carreira, mas também fortalece todo o setor, impulsionando a inovação, a qualidade dos serviços e o desenvolvimento econômico. O futuro da gastronomia depende, em grande parte, da formação de profissionais capacitados que saibam combinar conhecimento técnico com criatividade e adaptabilidade.


A realidade por trás dos fogões: O lado B das cozinhas profissionais

Muitas vezes, as cozinhas profissionais são vistas como espaços mágicos, onde a paixão pela gastronomia se mistura com o talento e a criatividade dos chefs. Essa ideia de que "cozinhar é um ato de amor" traz uma imagem romântica, mas que, na prática, dista muito da realidade enfrentada por quem está atrás dos fogões.

A verdade é que a rotina nas cozinhas profissionais vai além da arte culinária. O dia a dia desses profissionais é marcado por horas exaustivas, pressão constante e um ambiente onde cada segundo conta. A busca incessante pela perfeição se mistura com o cansaço físico e emocional, e isso não é algo fácil de lidar. Imagine o calor intenso das cozinhas, o barulho constante dos utensílios, as altas temperaturas e a pressão para entregar pratos impecáveis no tempo certo. Não é apenas sobre fazer comida, mas sobre resistir a um teste constante.

O trabalho em uma cozinha profissional exige muito mais do que habilidades técnicas. Requer preparo físico e mental, além de uma capacidade impressionante de manter a calma mesmo sob pressão. A Organização Mundial do Trabalho (OIT) já alertou que o estresse constante pode gerar problemas de saúde sérios, como dores musculares, doenças cardíacas, problemas digestivos, sem emocionar os diversos transtornos mentais depressivos, ansiosos, síndrome do pânico, Síndrome de burnout. E, para quem trabalha na cozinha, conciliar a vida pessoal com esse ritmo frenético é um desafio constante, o que só aumenta o nível de estresse.


Foto: Reprodução


Diferente da cozinha em casa, onde preparamos pratos para a família e amigos em um ambiente de carinho, a cozinha profissional tem outro objetivo. Ali, a missão é atender a um grande número de pessoas desconhecidas, sempre com o foco em proporcionar uma experiência gastronômica de alto nível. O trabalho é altamente exigente e está sempre relacionado à satisfação do cliente. A rapidez, a dedicação e a resistência se tornam fundamentais, e os cozinheiros muitas vezes são movidos pela reação do público e pela constante busca por reconhecimento.

Por isso, é importante enxergar além da visão glamourosa que a mídia frequentemente transmite sobre a profissão. O que vemos nas telas e nas redes sociais nem sempre é a verdadeira realidade da cozinha profissional. Os chefs e cozinheiros enfrentam desafios diários que exigem muito mais do que uma simples habilidade culinária. Eles precisam de resistência física, emocional e, claro, muita paixão para lidar com as exigências dessa profissão. A busca pela perfeição, a competição constante e o desejo de reconhecimento podem afetar a saúde física e mental desses profissionais, tornando suas jornadas muito mais desafiadoras do que parecem à primeira vista.

Por fim, vamos valorizar e respeitar o trabalho daqueles que fazem da cozinha um lugar de criatividade e esforço, transformando ingredientes em arte. Eles merecem nosso reconhecimento, pois o glamour das cozinhas profissionais é muito mais complexo do que imaginamos. Se você também acredita na importância dessa reflexão, compartilhe este texto com seus amigos apaixonados por gastronomia. Vamos juntos dar mais valor aos profissionais que tornam o mundo da culinária tão especial!


Criando tradições que transformam vínculos e momentos

Aqui em casa, domingo é o dia da massa e de mesa posta. Quando meus filhos perguntam qual é o dia da semana e respondemos que é domingo, eles comemoram, pois sabem que teremos macarrão e que “a mamãe vai colocar tudo na mesa” – ou seja, decorar a mesa com carinho. Da mesma forma, quando me veem às sextas-feiras à noite, separando a louça, já sabem que “a mamãe e o papai vão jantar só eles".

Outro fato que aquece o coração é perceber que esse hábito familiar foi absorvido de forma genuína. Meu filho mais velho compreendeu o valor de cultivar laços afetivos e dedicar tempo de qualidade a quem amamos. Ele entendeu que pequenos gestos, quando feitos com intenção, se tornam essenciais e criam conexões profundas. Hoje, percebo com frequência como ele e sua namorada também fazem questão de compartilhar momentos assim. Isso é a prova de que o ditado popular está certo: a palavra convence, mas o exemplo arrasta.

Além desses dois dias, diariamente a mesa é montada de forma simples e funcional, mesmo que os afazeres do trabalho, da faculdade e a rotina escolar das crianças às vezes dificultem ou nos impeçam de nos sentarmos todos à mesa. Contudo, não perco nenhuma oportunidade de estarmos reunidos, mesmo que seja uma mesa simples, porque entendo que esses pequenos rituais criam uma atmosfera única em casa, não apenas pela comida, mas pela conexão que esses momentos proporcionam.


Foto: Amandha Silveira 

O convívio familiar permite a criação de tradições, fortalecem os laços, criam lembranças afetivas e promovem associação de aconchego e felicidade. E a despeito das tradições alimentares em família, podemos relacionar as evidências científicas mencionadas por Sueli Moreira em estudo dos aspectos históricos e antropológicos da alimentação, que apontam a importância das refeições em família e que estas contribuem para a melhor qualidade de vida. Sentar-se à mesa juntos é uma oportunidade única para fortalecer a comunicação e a interação entre os membros da família.

“Atualmente vários estudos interdisciplinares têm identificado que a refeição em família contribui para o bom estado nutricional, relacional e para melhor qualidade de vida”. (SUELI MOREIRA)

Claro, a rotina pode ser corrida e nem sempre é possível fazer isso todos os dias, mas é viável adaptar e criar momentos significativos. Comece com pequenos passos: reserve o domingo para um almoço especial ou um café da manhã mais tranquilo, e gradativamente vá aumentando a frequência, sem esperar uma ocasião especial ou data comemorativa para vivenciar essa experiência.

Outras orientações consistem em simplificar o processo, não precisam ser mesas elaboradas todas as vezes - comece com configurações mais simples, a praticidade ajuda a manter a constância. Envolva a família no processo de preparar a mesa; utilize itens que já possui, experimente criar combinações e crie uma atmosfera especial e agradável.

Então, comece aos poucos e seja constante, de modo que a ação seja incorporada às suas rotinas de forma prazerosa e não por obrigação, possibilitando a construção de memórias afetivas.

Pronto para criar memórias inesquecíveis ao redor da mesa? Dedique um momento da sua semana para fortalecer as tradições em sua casa e crie lembranças que vão perdurar por gerações. A mesa está posta para você e sua família!

Referência:

MOREIRA, Sueli Aparecida. Alimentação e Comensalidade: Aspectos históricos e antropológicos. Disponível em:  4_NT_SBPC_33_p19a51.indd


Páscoa 2025: o que está por trás dos preços altos do chocolate?

Com a aproximação da Páscoa, um período tradicionalmente marcado pela celebração e pelo consumo de chocolate, os consumidores se deparam com um cenário desafiador. Além dos preços elevados dos chocolates, observa-se uma crescente oferta de produtos rotulados como "sabor chocolate", que se apresentam como alternativas mais acessíveis em relação ao chocolate tradicional. No entanto, essa mudança nas fórmulas de diversos produtos reflete uma queda significativa na qualidade, uma vez que a principal matéria-prima do chocolate, o cacau, é substituída por ingredientes mais baratos, comprometendo a experiência sensorial.

O cultivo do cacau é uma arte que exige condições climáticas específicas, prosperando em regiões quentes e úmidas próximas à linha do Equador. Os principais produtores incluem países como Costa do Marfim, Gana, Equador, Camarões, Nigéria, Brasil, Indonésia e Papua Nova Guiné. No entanto, essas regiões têm enfrentado desafios complexos, como fenômenos climáticos extremos e pragas devastadoras, resultando em uma escassez preocupante de cacau nos últimos anos. Como consequência direta, os preços do cacau dispararam, chegando a quadruplicar nos últimos dois anos, superando até mesmo a inflação.



Foto: Amandha Silveira 

De acordo com Zélia Frangioni, escritora e autora do Chocólatras Online, a crise no mercado de cacau impôs aos fabricantes três alternativas desafiadoras para equilibrar os custos de produção:

  1. Reduzir a quantidade de cacau: Para manter o preço e o tamanho dos produtos, muitas empresas optam por diminuir a quantidade de cacau em suas fórmulas. Essa estratégia, embora compreensível do ponto de vista econômico, inevitavelmente resulta em uma diminuição da qualidade do produto final, afetando o sabor e a textura que os consumidores esperam encontrar.
  2. Manter qualidade e tamanho, mas aumentar o preço: Outra alternativa é preservar a qualidade e o tamanho do produto, mas aumentar o preço para cobrir os custos mais altos. No entanto, essa opção pode afastar consumidores que, já impactados pela inflação, hesitam em pagar mais por um produto similar ao que compravam antes. A sensibilidade ao preço se torna um fator crucial na decisão de compra.
  3. Diminuir o tamanho, mantendo preço e qualidade: Algumas marcas tentam preservar a qualidade e o preço do produto, mas reduzem o tamanho da embalagem. Embora essa estratégia possa preservar o sabor, ela pode deixar os consumidores com a sensação de estarem recebendo menos por um preço mais alto. A percepção de valor é fundamental nesse cenário.

Essas alternativas revelam uma realidade complexa e desafiadora, tanto para os consumidores quanto para os fabricantes, que precisam lidar com o aumento dos custos e a escassez de cacau.

Diante desse cenário, a Páscoa de 2025 se apresenta como um momento de reflexão sobre nossas escolhas de consumo. É essencial que os consumidores estejam conscientes das estratégias adotadas pelos fabricantes para enfrentar a crise do cacau e avaliem cuidadosamente os rótulos dos produtos, buscando opções que equilibrem preço e qualidade. Priorizar a qualidade e o sabor autêntico do chocolate pode ser uma forma de valorizar o trabalho dos produtores de cacau e garantir uma experiência mais gratificante nesta Páscoa.


Hoje é o Dia do Pão Francês! O pãozinho nosso de todo dia!

O pão é um alimento básico e de longa tradição na história da humanidade, consumido por diversas civilizações, muito antes de Jesus Cristo, que já ensinava a importância da partilha do pão entre os homens. No Brasil, o pão chegou com os colonizadores portugueses, que trouxeram consigo o hábito de consumi-lo diariamente. Já o pão francês, apesar do nome, como conhecemos no Brasil, não é exatamente uma criação francesa. Sua história é mais complexa e envolve uma fusão de diversas influências culturais.

No início do século XX, a França era o principal centro gastronômico do mundo e a elite brasileira nutria uma profunda admiração pela cultura francesa. Muitos jovens viajavam a Paris para estudar e, ao retornar, traziam consigo não apenas conhecimentos acadêmicos, mas também hábitos e costumes franceses. Inspirados pelos pães da França, os padeiros brasileiros começaram a adaptar as receitas locais, utilizando ingredientes típicos e aprimorando as técnicas de panificação. O resultado foi um pão com características singulares: casca crocante, miolo macio e branco, e um sabor levemente adocicado.

Essa adaptação foi fundamental para a popularização do pão, pois os ingredientes eram mais acessíveis e o processo de produção se adequava à realidade das padarias brasileiras. O nome "pão francês" provavelmente surgiu como uma estratégia para associar o produto à sofisticação e qualidade dos alimentos franceses, altamente valorizados na época.



Foto: IStock 

O pão francês é um item tradicional e amplamente consumido na cultura alimentar brasileira. É um alimento que faz parte do cotidiano de milhões de brasileiros. Consumido no café da manhã, no lanche da tarde e até no jantar, o pão francês acompanha manteiga, queijo, presunto, requeijão ou, simplesmente, é saboreado puro. Sua versatilidade permite que seja utilizado de diversas formas, seja como base para sanduíches, torradas, bruschettas ou outras receitas criativas. É um alimento democrático, que agrada a todos os paladares e está presente em todas as classes sociais. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (ABIP), esse fator o torna crucial para o setor de panificação e confeitaria, sendo um grande gerador de fluxo de clientes. O pão francês é, sem dúvida, um item estratégico nas empresas do ramo.

Com o tempo, o pão francês se firmou como um dos mais consumidos no Brasil, preservando sua essência, embora com algumas variações na receita original. Seu preparo passa por diversas etapas: a mistura dos ingredientes, a sova da massa, a fermentação, a modelagem e o assamento em forno quente. A crocância característica da casca é obtida por meio da injeção de vapor nos primeiros minutos do processo de assamento.

A norma ABNT NBR 16170, que trata da "Panificação – Pão Tipo Francês – Diretrizes para Avaliação da Qualidade e Classificação", trouxe uma grande oportunidade para o segmento de panificação e confeitaria. Ela possibilitou melhorias na qualidade do pão francês produzido no Brasil, com base na avaliação de características externas, internas e sensoriais do produto, como crosta, aparência, miolo e sabor, entre outras.

O pão francês continua a evoluir, adaptando-se às novas tendências e demandas do mercado. Variações como o uso de farinhas especiais, integrais, além da redução de sal e açúcar, são algumas das alternativas encontradas para atender ao crescente desejo por uma alimentação mais saudável. Mas uma coisa é certa: o pão francês permanecerá como um ícone nas mesas dos brasileiros por muitos e muitos anos.

Para aproveitar todo o sabor do pão francês, nada melhor que um sanduíche simples e delicioso. Aqui vai uma sugestão de receita:

Sanduiche de pastrami ou mortadela

 Ingredientes:

  • 1 pão francês
  • 2 fatias de pastrami ou mortadela
  • 2 fatias de queijo (muçarela ou prato)
  • 1 folha de alface
  • Pepino fatiado
  • Cenoura ralada (a gosto)
  • Maionese ou mostarda (opcional)
  • Sal e pimenta a gosto

Modo de preparo:

  1. Corte o pão francês ao meio, sem separar completamente as duas partes.
  2. Se preferir, aqueça as fatias de queijo no micro-ondas ou em uma frigideira até o queijo derreter.
  3. Passe um pouco de maionese ou mostarda nas partes internas do pão, caso deseje um toque a mais de sabor.
  4. Monte o sanduíche: coloque as fatias de pastrami, queijo, alface, pepino e cenoura no pão. Tempere com sal e pimenta a gosto.
  5. Feche o sanduíche e sirva imediatamente. Aproveite a crocância do pão com o recheio saboroso!

Esse sanduíche é perfeito para um lanche rápido e delicioso, aproveitando a versatilidade do pão francês.


A origem e a importância do democrático cuscuz na culinária brasileira

O cuscuz é um prato que transcende culturas, regiões e gerações, com uma história rica e multifacetada que simboliza resistência cultural e adaptação. Reconhecido como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2020, o cuscuz é uma verdadeira expressão cultural alimentar refletindo as influências indígenas, africanas e europeias.

A história do cuscuz começa no Norte da África – do Egito a Marrocos, onde o prato tem suas raízes. Originalmente, o cuscuz era feito a partir de trigo, em um processo de cozimento a vapor e poderiam ser combinados com diversos ingredientes, como caldo de carnes e legumes, com leite e açúcar, com uvas passas ou tâmaras.

O cuscuz se espalhou por outras regiões do Mediterrâneo e do Oriente Médio, onde foi aprimorado e adaptado por diferentes culturas. No livro História da Alimentação no Brasil, o historiador e sociólogo potiguar Luís da Câmara Cascudo, descreve que quando os portugueses e africanos chegaram ao Brasil, já conheciam o cuscuz, e o prato teve um papel importante nas trocas culturais que ocorreram durante o processo de colonização.

Embora sua origem remonte à África, foi na diversidade cultural do Brasil que o cuscuz encontrou uma nova identidade, transformando-se em um dos símbolos gastronômicos do país. Câmara Cascudo descreve a chegada do cuscuz ao Brasil de forma reveladora: "Certo é que portugueses e africanos vieram para o Brasil conhecendo o cuscuz. Aqui é que ele se fez de milho e molhou-se no leite de coco".


Foto: Amandha Silveira 


O milho, ingrediente que dominava as terras brasileiras e era amplamente utilizado pelos povos indígenas, tornou-se a base para a preparação do cuscuz no Brasil, uma mudança significativa que reflete a adaptação do prato às condições locais. Câmara Cascudo observou: "O cuscuz de milho foi solução brasileira, americana, onde o Zea mayz (milho) dominava". Esse processo de adaptação não se limitou a uma simples substituição de ingredientes, mas foi resultado da interação entre diferentes culturas – indígenas, africanas e portuguesas – que criaram uma versão única do prato.

No Brasil, o cuscuz se tornou um prato altamente regionalizado, com variações de preparo e ingredientes conforme a região. No Nordeste, o cuscuz de milho é uma iguaria tradicional, enquanto o cuscuz de arroz também conquistou popularidade. Ambos são servidos de diversas formas, desde o cuscuz simples, acompanhado de manteiga, até versões mais elaboradas, com ovos, queijo coalho, carne de sol desfiada e outros ingredientes.

Uma outra variação do cuscuz é o cuscuz paulista, típico de São Paulo. Preparado com farinha de milho amarela, é enriquecido com legumes como cenoura e ervilha, além de ingredientes como ovos cozidos, frango desfiado, sardinha ou camarões. A receita leva temperos como alho, cebola, tomate, pimentões e um caldo de peixe ou frango. Moldado em forma redonda, o cuscuz paulista adquire uma textura firme e compacta.

Assim, o cuscuz se mantém como um dos pratos mais tradicionais e celebrados do Brasil. Ao longo do tempo, passou por transformações significativas, incorporando ingredientes locais e influências de diversas culturas, resultando em uma preparação nutritiva e representativa da diversidade gastronômica do país. O cuscuz é um reflexo da história do Brasil e de seu povo, simbolizando adaptação e riqueza cultural. Suas diversas possibilidades de preparo, como a farofa de cuscuz, cuscuz doce, tapioca de cuscuz, cuscuz com molho de salsicha, cuscuz só com manteiga ou recheado, mostram toda sua versatilidade e sabor, conquistando o coração de muita gente. Cada versão do cuscuz carrega uma história, uma cultura e um legado que atravessam gerações, consolidando-o como um prato emblemático da culinária brasileira.

De todo jeito, o cuscuz é bom demais! Seja no café da manhã, no almoço, no jantar ou até como sobremesa, ele é capaz de agradar todos os paladares e tornar qualquer refeição ainda mais especial. Que tal experimentar essas variações e se encantar com a versatilidade do cuscuz?


Bolinhos de maçã com canela – Perfeitos para acompanhar seu café!

Nos nossos últimas matérias, exploramos o delicioso mundo do café. Agora, vamos elevar essa experiência com uma receita que combina perfeitamente com seu café preferido: Bolinhos de maçã com canela. Eles são simples, rápidos e ideais tanto para acompanhar aquele café quentinho do começo do dia quanto o cafezinho no fim da tarde. Vamos deixar seu momento com café ainda mais especial com essa receita prática e deliciosa?




Foto: Amandha Silveira

Ingredientes:

  • 100g de farinha de trigo
  • 80g de açúcar cristal
  • 5g de fermento em pó
  • 1/2 colher de sobremesa de canela em pó
  • 100g de margarina (80% lipídios)
  • 100 ml de leite
  • 2 ovos
  • 1 maçã

Modo de Preparo:

  1. Pré-aqueça o forno a 180°C e unte uma forma ou use forminhas de cupcakes.
  2. Em uma tigela, misture a farinha de trigo, fermento, canela.
  3. Na batedeira, bata o ovo com a margarina, até ficar um creme fofo. Acrescente a farinha e o leite e, misture até formar uma massa homogênea. Reserve.
  4. Descasque e rale a maçã na parte mais grossa do ralador. E misture à massa.
  5. Distribua a massa nas forminhas ou na forma untada, preenchendo até a metade de cada uma.
  6. Asse por cerca de 20 minutos, ou até que os bolinhos estejam dourados e firmes ao toque.
  7. Deixe esfriar um pouco e sirva com seu café quentinho ou gelado.

Foto: Amandha Silveira 


Com essa receita simples de Bolinhos de Maçã com Canela, você vai transformar seu café da manhã ou lanche da tarde em um momento delicioso e aconchegante. O sabor da maçã combinando com o toque da canela é perfeito para acompanhar um café quentinho simples ou até um café com leite caramelizado, caso ainda não tenha conferido a receita, vale a pena dar uma olhada. Vou deixar o link da receita logo abaixo. Que tal preparar essa receita e saborear esses bolinhos com seu café?


​Café: conforto quente e uma receita imperdível para evitar desperdícios

A despeito das notícias recentes sobre o café "fake", é importante lembrar que a história do café está longe de ser recente nesse aspecto. De acordo com Ana Carolina Viotti, historiadora com mestrado e doutorado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e pós-doutorado pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), responsável pelo Instagram @comerhistória, não é a primeira vez que o café é misturado com outros ingredientes para reduzir seu custo. Uma das misturas mais conhecidas, desde o século XVII, é aquela feita com raízes torradas e moídas de chicória, um "blend" que ainda pode ser encontrado nos dias de hoje.

Mas, convenhamos, há algo mágico em uma xícara de café! O ritual que envolve o preparo, o aroma que invade o ambiente e, claro, a sensação de aconchego que ela oferece.

E mesmo aqui, quando o sol parece querer derreter tudo ao redor, é impossível ignorar o poder que uma boa xícara de café tem. Claro, não podemos ignorar a realidade de que o preço do café subiu absurdamente. Antes, uma simples xícara era um prazer acessível, hoje ela exige uma reflexão profunda. O pequeno prazer agora exige mais do que apenas um desejo: é preciso um investimento, uma celebração de cada gole.


Foto: Amandha Silveira 


Mas a verdade é que, mesmo com o preço elevado e, mesmo no calor, o café continua sendo uma necessidade. Ele pode estar mais caro, mas o prazer de um bom café nunca perdeu seu valor. E, apesar das adversidades, a xícara quente segue sendo um pequeno refúgio, um alívio bem-vindo em meio ao turbilhão do dia a dia.

Não sei desde quando, mas o café acompanha a minha vida, desde a época do trabalho intenso na enfermagem. Faz parte dos meus instantes, das ideias e pensamentos, do hábito diário. Ele está presente nas mesas postas de café nas manhãs calmas de sábado, nas manhãs apressadas, nas pausas durante o trabalho, nos encontros com amigos e até nos momentos de reflexão solitária. Não importa a hora ou o contexto, seja ele puro, simples ou gourmet, sempre há espaço para uma xícara que traz mais do que sabor: traz um certo aconchego.

Então, mesmo que a cidade pareça derreter sob o calor ou o trabalho se acumule, faça uma pausa e saboreie o seu café. Afinal, um bom gole de café é sempre um convite para desacelerar. Para os amantes de café e para aproveitar até a última gota, evitando desperdícios na garrafa, apresento uma receita que é um abraço acolhedor: café com leite caramelizado.

CAFÉ COM LEITE CARAMELIZADO

Ingredientes:

  • 2 colheres (sobremesa) de açúcar cristal
  • 80 ml de leite integral
  • 150 ml de café (pronto, não adoçado)
  • 1 colher de sopa de leite em pó
  • Canela e cardamomo em pó a gosto ou outras especiarias de sua preferência (é opcional)
  • Gelo se preferir café gelado

Modo de Preparo

Coloque o açúcar para “derreter” em fogo médio e assim que começar a borbulhar acrescente o leite (cuidado para o caramelo não queimar). Acrescente o leite em pó e as especiarias. E misture ao café.

Utilizar o mixer para fazer uma espuminha, deixa a bebida mais aerada e cremosa.

Se preferir café gelado, adicione gelo.

Com essa receita, você não só saboreia um café delicioso, mas também evita desperdícios e aproveita cada gota de sabor e aconchego que ele oferece.

Café com História: 



Preço do café dispara e produtos similares surgem no mercado

Quem não ama um cafezinho? Essa bebida, que é uma verdadeira paixão nacional, registrou um aumento de 1,11% no consumo, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC). Com isso, o Brasil mantém sua posição como o maior consumidor de cafés nacionais, mas nem tudo são boas notícias. Esse crescimento no consumo contrasta com o aumento expressivo nos preços. Em 2024, o café ficou 37,4% mais caro, um aumento bem superior a outros produtos da cesta básica, como leite (18,4%) e arroz (15%). Esse reajuste, especialmente nos cafés tradicionais, que tiveram uma alta de quase 40%, pesa no bolso dos consumidores e reflete a inflação que já está impactando o orçamento das famílias.

Porém, o aumento de preços não é o único desafio para quem aprecia um bom café. Uma nova preocupação tem se espalhado pelas redes sociais: o "Café Fake". Trata-se de um pó para preparo de bebida à base de café, que tem embalagens muito semelhantes às dos cafés tradicionais. A ABIC alertou sobre a venda desses produtos, que, embora sejam rotulados como "bebida sabor café", não têm registro na Anvisa e podem ser feitos de cascas, paus e outras partes do grão, que são consideradas impurezas pela Portaria SDA Nº 570 do Ministério da Agricultura. Além disso, esses produtos não informam a quantidade de café utilizada na receita, nem o volume de impurezas presentes. Em muitos casos, o produto sequer contém café entre seus ingredientes e pode ser composto por cevada ou milho, com apenas aroma artificial de café.

Outro ponto importante sobre o "Café Fake" é a confusão gerada pelas embalagens, que se assemelham muito às dos cafés tradicionais. Isso pode fazer com que o consumidor acabe comprando um produto diferente do que imagina. Apesar da embalagem, os ingredientes são distintos, e a comunicação no rótulo pode enganar, levando o consumidor a acreditar que está comprando um café convencional, quando, na verdade, trata-se de uma mistura com impurezas e ingredientes alternativos.


Amandha Silveira  

Visitei alguns supermercados nas zonas Sul, Norte e Leste de Teresina e, por enquanto, não encontrei o "Café Fake" nas prateleiras. No entanto, o alerta continua válido. Mesmo que o produto ainda não esteja disponível, é fundamental que os consumidores fiquem atentos às embalagens e às informações nos rótulos. A semelhança visual pode causar confusão, por isso é importante verificar os ingredientes e garantir que o que se está comprando seja, de fato, o produto desejado. No caso do café tradicional, o único ingrediente deve ser o grão de café.

Nos últimos anos, muitos produtos alimentícios se adaptaram para oferecer versões mais acessíveis ao consumidor. O mesmo fenômeno aconteceu com itens de origem láctea, como as bebidas e misturas lácteas e o creme culinário, que são opções mais baratas em relação aos produtos tradicionais, como leite, iogurte, leite condensado e creme de leite.

Esses produtos "similares" possuem uma composição nutricional bastante diferente da original. Embora as embalagens sejam muito semelhantes, o que acaba confundindo o consumidor, é importante destacar que, no caso dos produtos lácteos, como o leite condensado e o creme de leite, as versões mais baratas possuem o registro da Anvisa, garantindo sua segurança. Já o "Café Fake" não tem esse registro, o que levanta questões sobre sua qualidade.

Portanto, é essencial que os consumidores fiquem sempre atentos aos rótulos. A semelhança visual das embalagens pode levar ao erro na hora da compra, e é preciso verificar os ingredientes e a composição nutricional para garantir que o produto adquirido seja realmente o que você deseja. Quando o preço parecer muito atrativo, a recomendação é redobrar a atenção, especialmente quando se trata de produtos que alteram o sabor e a qualidade do que você espera, como o café e os itens lácteos.


Como criar refeições saborosas quando a geladeira está quase vazia

Quem nunca se viu de frente para a geladeira, no final da semana, se perguntando "O que vou fazer com isso?" Parece um cenário desolador: uma geladeira vazia, a despensa que parece mais uma área desértica, e a tentação de sair correndo para o mercado em busca de ingredientes frescos. Porém, antes de correr para o supermercado, vale a pena dar uma olhada mais cuidadosa no que realmente temos à disposição. Às vezes, o que parecia uma “despensa vazia” pode ser uma mina de ouro cheia de possibilidades. Com um pouco de criatividade, qualquer cozinha pode se transformar em um verdadeiro laboratório gastronômico.

A chave para a culinária criativa e sustentável está em fazer um inventário inteligente dos ingredientes que temos em casa. Às vezes, basta olhar de outra forma para aquilo que parece ser apenas o resto do almoço de ontem. Com arroz ou macarrão, você tem a base para um prato delicioso. Basta adicionar vegetais, ou uma proteína, como frango desfiado ou carne moída, e voilà, temos um prato completo.

A verdadeira magia acontece na forma como combinamos esses ingredientes. Quando a geladeira está vazia, o desafio não está na falta de produtos frescos, mas na maneira criativa de juntar aquilo que temos à mão. Usando o básico, podemos transformar algo simples em uma refeição deliciosa e, o melhor de tudo, sem desperdício. Isso não só reduz custos, mas também faz com que cada refeição seja mais sustentável.

Um exemplo perfeito da gastronomia sustentável e criativa é o tradicional mexido mineiro, um prato que representa a essência da culinária de Minas Gerais. Com raízes nas antigas cozinhas mineiras, o mexido é feito com ingredientes simples, como arroz, feijão, farinha, couve e ovo frito, mas carrega um sabor e significado únicos. Não há espaço para "erros" nesse prato – ele pode ser preparado de inúmeras maneiras, com variações que incluem linguiça, frango, torresmo, entre outros, e cada versão oferece uma nova experiência de sabor. A verdadeira magia do mexido mineiro está na sua versatilidade, que transforma o básico em uma refeição deliciosa e nutritiva.

Quando pensamos sobre a gastronomia sustentável, também estamos falando de uma filosofia de não desperdício. Muitas vezes, o que descartamos sem pensar pode ser o ingrediente chave para uma nova refeição. O segredo é o olhar criativo que transforma o “resto” em um prato digno de ser servido à mesa.

E é esse olhar criativo que faz com que a cozinha se torne um campo fértil para a inovação. Às vezes, ao fazer uma "limpeza" na geladeira ou na despensa, acabamos descobrindo novas combinações de sabores que jamais imaginaríamos se tivéssemos todos os ingredientes perfeitos à disposição. Isso também abre a porta para um estilo de vida mais sustentável, onde evitamos o desperdício e nos tornamos mais conscientes dos alimentos que compramos e consumimos.

Cozinhar, portanto, não é apenas uma questão de ter sempre os melhores ingredientes. Muitas vezes, a criatividade é o maior tempero. Quando a geladeira está vazia, a cozinha se transforma em um laboratório de invenções e experimentos. Ao dar espaço à imaginação e às possibilidades infinitas de combinação, podemos criar pratos deliciosos e nutritivos. O mexido mineiro é só um exemplo do quanto a culinária pode ser flexível, sustentável e, acima de tudo, criativa. Então, da próxima vez que você abrir a geladeira e não souber o que fazer, lembre-se: a verdadeira criatividade acontece quando se aprende a criar a partir do que se tem. Se você ficou curioso para experimentar essa delícia, aqui vai a receita:

Mexido Mineiro

Ingredientes:

•2 xícaras de arroz cozido

•1 xícara de feijão cozido

•2 colheres de sopa de óleo ou azeite

•1 cebola picada

•2 dentes de alho picados

•1 xícara de farinha de mandioca

•3 ovos

•Sal e pimenta a gosto

•Salsinha ou cheiro verde a gosto

•Opcional: couve fatiada, linguiça fatiada, frango desfiado, torresmo ou carne de sua preferência

Modo de preparo:

1.Em uma frigideira grande, aqueça o óleo ou azeite e refogue a cebola e o alho até ficarem dourados.

2.Se desejar, adicione a couve, linguiça fatiada, frango desfiado ou torresmo.

3.Adicione o arroz e o feijão cozidos e misture bem.

4.Acrescente a farinha de mandioca e mexa até que a mistura fique bem incorporada.

5.Ajuste o sal e a pimenta a gosto. Adicione salsinha ou cheiro verde a gosto.

6. Frite os ovos inteiros.

7.Sirva o mexido com os ovos fritos por cima.

Agora, é só aproveitar essa refeição simples, mas cheia de sabor, que utiliza os ingredientes que você já tem em casa. E lembre-se: com um pouco de criatividade, qualquer refeição pode ser uma verdadeira obra-prima!


Carnaval com energia: como aproveitar a folia de forma equilibrada!

Preparados para o Carnaval? Esta é uma das épocas mais aguardadas do ano, mas, além da fantasia, é essencial pensar no preparo do corpo para enfrentar o desgaste físico desse feriado animado. Então para aproveitar cada momento sem perder a energia, é essencial manter uma alimentação equilibrada. A escolha dos alimentos certos ajuda a garantir disposição, protege o corpo e até contribui para a recuperação pós-folia. Confira como manter o pique durante os dias de festa.

Alimentação para garantir o pique durante o carnaval

 Optar por alimentos in natura e minimamente processados, de fácil digestão, é uma excelente escolha para manter a disposição durante o Carnaval. Frutas, legumes, grãos integrais e proteínas magras são opções leves e nutritivas, que fornecem energia sem sobrecarregar o sistema digestivo. Evite trocar refeições completas por lanches rápidos, pois isso pode levar a quedas de energia e indisposição ao longo do dia.

Para aproveitar a festa com energia, os carboidratos são fundamentais. Eles são a principal fonte de combustível para o corpo, essenciais para garantir que você tenha fôlego para pular, dançar e se divertir. Invista em alimentos como batata, tapioca, macarrão e cereais integrais. Esses carboidratos fornecem a energia necessária para a maratona de folia!

As proteínas também desempenham um papel importante. Elas ajudam a prolongar a sensação de saciedade e a manter o corpo forte durante as horas de festa. Ovo, frango desfiado e laticínios são fontes práticas e deliciosas de proteínas, perfeitas para incluir nas suas refeições ou lanches rápidos entre os blocos, garantindo que você se sinta satisfeito e sem aquela fome repentina.

Além disso, as gorduras boas são essenciais para a proteção muscular e fornecem energia de longa duração. Elas ajudam a manter o pique e a evitar a fadiga. Opte por alimentos como oleaginosas, abacate e leguminosas, que são fontes saudáveis dessa gordura. Porém, é importante evitar alimentos gordurosos e de difícil digestão, como frituras e carnes processadas, pois eles podem causar desconforto e prejudicar seu desempenho durante a folia. Prefira carnes magras como frango e peixes, que são nutritivas e mais leves.


Foto: Amandha Silveira 

Cuidado com os Alimentos de Ambulantes

 Uma atenção especial deve ser dada ao consumo de alimentos vendidos por ambulantes. Fique atento à segurança alimentar e ao modo de conservação dos produtos, já que alguns alimentos podem ser expostos a temperaturas inadequadas e levar à intoxicação alimentar.

Dica Prática: Energize-se a Qualquer Hora

Uma dica prática é ter um sachê com oleaginosas como nozes, amêndoas e castanhas na bolsa ou blísteres de mel para recarregar a energia a qualquer hora e fornecendo aquele "empurrãozinho" que você precisa para continuar se divertindo sem cair na fadiga.

Além da alimentação adequada, o segredo para a disposição é cuidado com a hidratação 

O calor, o suor e o consumo de álcool podem desidratar rapidamente o corpo, prejudicando a sua energia e disposição. Não deixe de incluir também água, água de coco e bebidas isotônicas para repor os eletrólitos perdidos. Frutas frescas, como melancia e laranja, ajudam a manter o corpo hidratado de forma deliciosa e nutritiva.

Equilíbrio Durante a Festa

Para aproveitar a folia com segurança e sem excessos, é essencial manter o equilíbrio. Pode até ser um clichê, mas vale lembrar: se for beber, faça com moderação. Intercale a bebida alcoólica com água para evitar a desidratação e nunca beba de estômago vazio — aposte em refeições balanceadas antes da festa.

Com essas dicas, você vai curtir o Carnaval com muita energia, saúde e disposição! Que venha a festa! E para manter o pique durante a folia, que tal um Smoothie de Banana com Amendoim e Cacau? Uma receita simples, com poucos ingredientes, que vai ajudar a repor as energias e te refrescar nos dias de calor. Veja como preparar:

Smoothie de banana com amendoim e cacau – energia e sabor para pré ou pós-folia!

Ingredientes:

  • 1 banana bem madura congelada
  • 1 colher de sobremesa de cacau em pó
  • ½ colher de sopa de pasta de amendoim
  • 50 ml de leite
  • Gelo a gosto
  • Xerém de amendoim a gosto (para finalizar)

Modo de preparo:

  1. Coloque as bananas congeladas no liquidificador ou processador.
  2. Adicione o leite, o gelo, o cacau e a pasta de amendoim.
  3. Bata tudo até obter uma mistura cremosa e homogênea.
  4. Sirva e finalize com um pouco de xerém de amendoim por cima para um toque crocante e delicioso.

Este smoothie é uma opção refrescante e cheia de energia, ideal para te manter revigorado durante a folia ou para dar aquele ânimo pós-festa. O cacau oferece antioxidantes, as bananas trazem carboidratos naturais para reposição de energia e a pasta de amendoim fornece gorduras boas para ajudar na recuperação muscular.


Receita e harmonização: O carré de cordeiro perfeito com o vinho ideal

No artigo anterior, discutimos os princípios fundamentais da harmonização de vinhos e como ela transforma a experiência à mesa. A harmonização vai muito além de um simples "tinto com carne vermelha, branco com peixe". A escolha do vinho pode fazer toda a diferença, realçando sabores e criando combinações únicas. E, como prometido, trouxe uma receita deliciosa com uma harmonização que promete surpreender - Carré de Cordeiro na Manteiga de Ervas, acompanhado de Arroz Cremoso de Abóbora e Granola Salgada ao limão.

O Prato

A receita, começa com um Carré de Cordeiro selado com ervas e especiarias, finalizados na manteiga, servido com Arroz Cremoso de Abóbora, gratinado com queijo parmesão. E, para fechar com chave de ouro, a Granola Salgada ao limão, que traz textura, crocância e uma acidez sutil.

O cordeiro, com sua carne macia e suculenta com manteiga de ervas, é uma explosão de sabores e aromas. Junto com o arroz cremoso de abóbora, que traz uma suavidade doce, e a crocância da granola salgada ao limão, que acrescenta um toque inesperado de textura e frescor, temos uma combinação equilibrada e complexa. O contraste entre a cremosidade do arroz e a intensidade do cordeiro é refinado pela adição de especiarias, que amplificam o sabor sem sobrecarregar o paladar.

Foto: Amandha Silveira 

O Vinho: Um Blend Espanhol de Tempranillo e Garnacha

Para harmonizar, escolhemos um blend espanhol com uvas Tempranillo e Garnacha, que traz notas olfativas frutadas e um sabor que combina frutas vermelhas, baunilha, com taninos macios e boa acidez, além de ter um custo justo.

A combinação dos ingredientes traz uma harmonia entre a suculência da carne, a doçura do arroz e a estrutura do vinho. As ervas e especiarias ajudam a equilibrar e intensificar os sabores do prato e do vinho. A granola e o lemon pepper acrescentam textura, frescor, tornando a harmonização mais complexa e vibrante.

Alternativas para o Vinho

Embora o blend espanhol seja uma boa escolha, sempre existe espaço para explorar. Se você preferir um vinho branco, um Chardonnay barricado pode ser uma boa alternativa, a passagem por barrica confere ao vinho notas amanteigadas e tostadas, que se conectam à cremosidade do arroz de abóbora e ao tostado da granola. Sua acidez também equilibra a gordura do cordeiro.

Outra opção seria um espumante Brut, cujo perlage e acidez proporcionam limpeza do paladar. contrastando com a untuosidade do prato e trazendo leveza à experiência. Além disso, sua acidez ressalta os temperos do cordeiro e a crocância da granola.

E mais uma opção de tinto, seria o Cabernet Sauvignon - um clássico para carnes vermelhas, com estrutura e taninos que equilibram a intensidade do cordeiro. Suas notas de frutas maduras e especiarias criam uma conexão interessante com os sabores do prato.

O Segredo da Harmonização

Essas sugestões de harmonização, são baseadas nas características dos vinhos e do prato, e buscam oferecer uma experiência equilibrada entre os sabores do cordeiro, do arroz cremoso de abóbora e da granola salgada. São ótimas opções, pois trazem acidez e complexidade, criando contraste com a suculência da carne e a cremosidade do arroz. No entanto, o melhor vinho é sempre aquele que você mais gosta. A harmonização não é uma regra rígida ou uma verdade absoluta, mas uma sugestão para realçar sua experiência gastronômica. O mais importante é experimentar, se permitir descobrir novas combinações e, acima de tudo, aproveitar o momento à mesa!

Agora que as sugestões de harmonização estão feitas, vamos à receita! Anote aí!

Carré de Cordeiro na Manteiga de Ervas

Ingredientes:
400g de carré de cordeiro,
4 dentes de alho
3 ramos de tomilho
3 ramos de alecrim
2 colheres de sopa de manteiga
Azeite
Sal
Pimenta preta

Modo de preparo:

Limpe o carré de cordeiro, tempere com pimenta e sal. Em uma frigideira quente com azeite, sele a carne. Adicione manteiga, alho, alecrim e tomilho. Regue o cordeiro com os temperos e deixe descansar antes de servir.

Arroz Cremoso de Abóbora

Ingredientes:

2 xícaras de arroz branco temperado
2 xícaras de creme de abóbora
80g de queijo parmesão ralado

Modo de preparo:

Misture o arroz ao creme de abóbora, coloque em um refratário, cubra com parmesão e leve ao forno para gratinar.

Granola Salgada

Ingredientes:
50g Sementes de abóbora
50g amêndoas laminadas
50g xerém de castanha,
25g castanha de caju
10g gergelim
Azeite
Lemon pepper

Modo de preparo:

Misture os grãos, regue com azeite, tempere com lemon pepper e leve ao forno por 8 minutos.

Agora que você já conhece todos os segredos da harmonização e dos ingredientes, que tal aprender o passo a passo dessa deliciosa receita?
Assista ao vídeo completo do preparo do Carré de Cordeiro na Manteiga de Ervas, Arroz Cremoso de Abóbora e Granola Salgada com dicas exclusivas para uma harmonização perfeita no link do meu nosso Instagram!

https://www.instagram.com/reel/DGfvAh4x_ps/?igsh=NWR4ZGFjbjkyNXpk


Descubra os Princípios que Elevam Sua Experiência Gastronômica

A harmonização de vinhos com pratos específicos é uma das artes mais intrigantes e prazerosas no universo gastronômico, uma vez que cada pessoa tem seu próprio repertório gustativo, e a escolha do vinho ideal para acompanhar um prato pode ser, por vezes, um verdadeiro campo de debate, já que, como o famoso ditado afirma, “gosto não se discute” – e no caso do vinho, isso é ainda mais evidente. O que devemos entender é que, por trás dessa diversidade de opiniões, existem princípios fundamentais que ajudam a guiar a experiência sensorial e aprimorar nosso prazer à mesa.

Eu poderia dizer que a hormonização é simples, que carnes vermelhas harmonizam com vinhos tintos e carnes brancas com vinhos brancos. Mas não é bem assim, a harmonização não se resume a simplesmente “combinar” sabores, trata-se de compreender como os componentes do vinho e do prato podem interagir de maneira a potencializar as sensações de sabor. Para alcançar uma combinação perfeita, é essencial ter em mente alguns princípios fundamentais, que tornam cada refeição mais especial. E, claro, a prática e a experimentação são essenciais – por isso, a sugestão é: ouse e explore novas harmonizações!

Os Princípios da Harmonização:

  • Equilíbrio de Intensidade: O vinho deve complementar a intensidade do prato.
  • Contraste ou Semelhança de Sabores: A magia da harmonização muitas vezes reside na criação de contrastes ou na combinação de sabores semelhantes.
  • Acompanhamento do Sabor do Prato: O vinho precisa ressaltar e complementar os sabores do prato, sem sobrecarregá-los. A escolha certa pode realçar o que há de melhor na comida, criando uma harmonia perfeita.
  • Acidez e Gordura: Vinhos com boa acidez são essenciais para equilibrar pratos mais gordurosos. A acidez limpa o paladar entre as mordidas, tornando a refeição mais agradável.
  • Doçura e Especiarias: Para pratos com molho agridoce ou temperos marcantes, vinhos doces ou fortificados podem criar um contraste delicioso, elevando a experiência.
  • Pratos regionais: pratos regionais harmonizam muito bem com vinhos da mesma região. Esse tipo de harmonização tem uma lógica histórica e cultural, já que, frequentemente, as tradições gastronômicas e vitivinícolas de uma região se desenvolvem de maneira conjunta, com vinhos e pratos que se complementam de forma natural.

Esses princípios são a base para explorar as infinitas possibilidades de harmonizações, seja em um jantar mais simples ou em uma ocasião especial. Quando bem escolhidos, os vinhos podem transformar qualquer refeição em uma verdadeira celebração de sabores, elevando a experiência gastronômica a novos patamares.

No próximo artigo, continuaremos nossa jornada pelo mundo da enogastronomia, apresentando uma receita exclusiva e sua respectiva harmonização com vinho. O objetivo é oferecer orientações práticas para que você possa aplicar esses princípios e criar momentos gastronômicos inesquecíveis à mesa.

Continue nos acompanhando e prepare-se para explorar novos sabores e possibilidades no universo da harmonização! À nossa saúde!

Clique no link e descubra mais sobre a harmonização assistindo ao vídeo exclusivo!




PARA CELEBRAR! Vinho: A bebida que une história, cultura e sabor

Celebrado mundialmente no dia 18 de fevereiro, o Dia do Vinho é uma data para celebrar a história e a tradição dessa bebida que atravessa gerações, povos e culturas. O vinho carrega consigo uma rica herança cultural, social e econômica.

Em todo o mundo, a data é marcada por eventos, festivais e degustações, reunindo entusiastas e curiosos. E, claro, temos muitos motivos para comemorar! Seja com uma taça na mão ou explorando o fascinante mundo da produção de vinho, sempre há algo novo a descobrir. Que tal explorar algumas curiosidades sobre essa bebida fascinante!

  

Foto: Divulgação 
 

  1. O Vinho Acompanha a Humanidade Há Milênios: vestígios arqueológicos indicam a vinificação há mais de 8.000 anos! A história do vinho está presente em civilizações antigas como egípcios, gregos e romanos, enquanto era usado em rituais, celebrações e atividades econômicas.
  1. Vinho é Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade: em 2018, a UNESCO reconheceu o vinho como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, destacando sua importância cultural e a relevância das vinícolas tradicionais como parte essencial do patrimônio coletivo de várias nações.
  1. O clima é um dos principais “ingredientes” do vinho! Sim, o clima!!! O clima desempenha um papel fundamental no sabor e na qualidade do vinho, sendo um componente essencial do conceito de terroir — a interação entre solo, clima e práticas de cultivo. O clima afeta o crescimento das uvas, a maturação e a acidez, influenciando diretamente as características do vinho, como seu frescor, complexidade e intensidade de sabor.
  1. O Processo de Produção é uma Alquimia:  a cor do vinho não define sua intensidade! Os vinhos tintos ganham sua cor pelo contato do mosto (suco) com as cascas das uvas, enquanto os vinhos brancos podem ser feitos tanto de uvas brancas quanto de uvas tintas, desde que as cascas não fiquem em contato com o mosto durante a fermentação. O processo de vinificação é uma combinação fascinante de arte e ciência, em que cada detalhe, influencia o sabor e a qualidade final da bebida.
  1. A Conservação do Vinho: para conservar bem o vinho, é essencial mantê-lo em um ambiente com temperatura estável e amena, em locais bem arejados e longe da luz direta do sol ou de lâmpadas fortes. As garrafas com rolha de cortiça devem ser armazenadas na horizontal para evitar que a rolha resseque e cause oxidação. Espumantes e garrafas com vedação screwcap (rosca metálica) podem ser armazenados na vertical. Manter esses cuidados ajuda a preservar o vinho, permitindo que ele chegue à taça com todo o seu potencial de sabor.

  

Foto: Divulgação
   

Como podemos perceber, o vinho é muito mais do que uma simples bebida. Ele carrega consigo histórias e particularidades que atravessam gerações, povos e culturas. Para quem deseja mergulhar ainda mais no fascinante universo do vinho, algumas leituras são essenciais. E aqui indico, os livros : "Tudo sobre vinhos", de Sébastien Durand-Viel, e "A incrível História do Vinho: da pré-história aos nossos dias, 10 mil anos de aventuras", de Bonoist Simmat e Daniel Casanave, que oferecem uma introdução acessível, ilustrada e enriquecedora ao tema. Ambos têm uma linguagem simples e envolvente, perfeita para quem está começando a se encantar com a bebida.

Agora que você já conheceu algumas curiosidades sobre o universo do vinho, que tal aprender como harmonizar essa bebida incrível com diferentes pratos? No próximo artigo, trarei orientações práticas para tornar sua experiência ainda mais deliciosa e inesquecível. Não perca!

À nossa saúde!


Louças Artesanais: A Elegância do Feito à Mão nas Nossas Mesas

Autenticidade, experiência, personalização e sustentabilidade são tendências perenes, e no universo da mesa posta, não poderia ser diferente. Cada vez mais, as mesas estão ganhando toques únicos e personalizados com o uso de peças artesanais e pintadas à mão, que criam uma atmosfera acolhedora e cheia de personalidade, refletindo cuidado e originalidade.

No universo da gastronomia e da decoração de mesas, as louças artesanais e personalizadas se destacam não apenas pela sua beleza, mas também pelo simbolismo de autenticidade e pela conexão com o trabalho manual, tornando-se expressões genuínas de identidade.

A personalização está atrelada ao desejo por algo único, transmitindo uma mensagem de cuidado e exclusividade à mesa posta. Marcas de cerâmica e porcelana oferecem a possibilidade de criar peças que atendem aos gostos do cliente, desde o design até a adição de detalhes especiais, como nomes ou símbolos significativos.

Além do apelo estético, as louças artesanais possuem uma grande vantagem em termos de sustentabilidade. Feitas com materiais naturais, como argila e esmaltes ecológicos, essas peças evitam os processos industriais que consomem grandes quantidades de energia e recursos. Comprar peças feitas à mão é um gesto consciente, que apoia pequenos artesãos e reduz o impacto ambiental das grandes produções em série.

Fotos: Amandha Silveira 

A Tendência nas Mesas Postas

A mesa posta vai além da funcionalidade, tornando-se uma forma de expressão através dos detalhes. Cada vez mais, o mercado adota louças artesanais e personalizadas, seja em jantares intimistas ou eventos sofisticados. O uso de pratos, tigelas e canecas feitas à mão adiciona charme e exclusividade, transformando a mesa em uma verdadeira obra de arte.

Do estilo rústico e acolhedor ao minimalista e moderno, as opções são infinitas. As louças artesanais permitem criar um cenário único, alinhado à proposta e à personalidade dos anfitriões, ao mesmo tempo que investir em louças artesanais também contribui para o fortalecimento de mercados locais e para a preservação de técnicas tradicionais.

Fotos: Amandha Silveira O estado do Piauí possui uma rica tradição cerâmica, que inclui a cerâmica Serra da Capivara, localizada no sul do Estado, reconhecida internacionalmente, por sua produção inspirada nas inscrições rupestres encontradas na região da Serra da Capivara, um patrimônio da humanidade inscrito pela UNESCO.
Em Teresina, o Polo Cerâmico Artesanal do Poti Velho se destaca como um importante centro de produção de cerâmica tradicional, reunindo artesãos locais e preservando técnicas ancestrais. Utilizando argila extraída dos rios Poti e Parnaíba, a produção inclui mandalas, jarros, esculturas, objetos de decoração para jardins, utensílios e acessórios de mesa, todos disponíveis para venda.

Além do Polo Cerâmico e da Cerâmica da Serra da Capivara, ateliês e cerâmicas de Teresina investem na experiência do cliente, oferecendo cursos especializados que permitem aos participantes aprender a arte da cerâmica e da pintura em louças. Esses cursos incentivam a criação de peças personalizadas e exclusivas, proporcionando uma imersão no processo artesanal. Ao se envolver diretamente com a produção, os participantes têm a oportunidade de produzir peças únicas, carregadas de identidade e que refletem a verdadeira essência da tradição cerâmica local.


A autenticidade da experiência além da porcelana de marca

O objetivo deste texto, é discutir mais um ângulo que a situação das porcelanas de Tânia Bulhões causou, para além, claro, das dúvidas sobre a autenticidade das peças, objetos de desejo do mercado de luxo. A polêmica trouxe à tona uma reflexão importante sobre o real significado da mesa posta. Será que o café servido em uma xícara simples na Tailândia é menos saboroso do que aquele servido em uma peça idêntica, mas assinada por uma marca renomada? O que realmente faz a diferença: a logo na porcelana ou o prazer genuíno do momento vivido?

Quando pensamos em marcas renomadas, como a de Tânia Bulhões, não estamos apenas comprando um produto, mas adquirindo uma parte de um status ou de uma história que transcende a utilidade do item. A marca, então, passa a ser um símbolo que agrega valor ao momento, não pelo objeto em si, mas pelo que ele representa: qualidade, exclusividade, tradição e até um certo pertencimento a um grupo social.

Foto: Amandha Silveira

Por outro lado, uma xícara simples ou a mesma xícara, sem marca, pode ter o mesmo valor em termos de funcionalidade e até mesmo em termos de prazer sensorial. O ambiente, a companhia, a intenção de quem serve, tudo isso influencia de maneira significativa o momento, e a experiência pode ser tão prazerosa quanto, ou até mais significativa. Nesse caso, o verdadeiro "luxo" não está na peça em si, mas na qualidade do momento compartilhado.

A questão central que a polêmica levanta não é apenas sobre autenticidade comercial, mas sobre o que consideramos valioso. Será que buscamos objetos para compor uma experiência verdadeira ou apenas para reforçar uma imagem? A mesa posta sempre foi sobre acolhimento, sobre transformar uma refeição em um gesto de carinho. Mais do que etiquetas e grifes, o que importa é a história que cada peça ajuda a contar. E quando reduzimos a mesa posta a um símbolo de status, perdemos sua essência. O luxo genuíno não está no nome estampado em uma peça, mas na forma como ela contribui para um momento de conexão e prazer. A sofisticação real é aquela que transforma encontros cotidianos em memórias afetivas, onde o sabor do café, a conversa ao redor e a atmosfera criada falam mais alto do que qualquer assinatura em porcelana.

Por fim, a lição que fica é que não é necessário viajar até a Tailândia e nem investir todo seu orçamento para ter uma mesa de milhões. O valor está na autenticidade da experiência vivida, e não no rótulo que a acompanha.


Feijão: O rei da mesa brasileira; confira receita cheia de sabor

Ah, o feijão! Quem não ama? Cheio de sabor, é um dos ingredientes mais amados em nossas mesas. Presença garantida no prato de quase toda família. E o melhor: é versátil, nutritivo e delicioso, capaz de se transformar em inúmeras receitas que vão do tradicional ao criativo, agradando a todos os gostos.

Não importa se é feijão preto, carioca, branco ou verde – ele é, sem dúvida, um dos maiores tesouros da nossa gastronomia. O feijão vai além de ser apenas um ingrediente. De norte ao sul, o feijão é estrela em pratos típicos que definem a identidade da culinária brasileira, como o clássico arroz com feijão, a tradicional feijoada, o saboroso feijão tropeiro e o imbatível baião de dois e tantas outras delícias que encantam nosso paladar.

Se há um alimento que une o Brasil em sua diversidade, esse é o feijão. Seja na versão mais simples, acompanhando arroz e farofa, ou em pratos mais elaborados, como a feijoada, ele reflete a riqueza e a diversidade de nossas tradições culinárias.

  

Foto: Amandha Silveira 

  

Muito mais do que um acompanhamento: ele é o protagonista de um prato completo, rico em proteína, fibras, ferro e vitaminas. E combina com tudo: carnes, vegetais, arroz! Ou seja, não tem erro, é só escolher o estilo e preparar. Que tal um feijão tropeiro no almoço de domingo? Ou quem sabe uma sopa cremosa de feijão para aquecer o coração? Ou uma saladinha fresca e leve? O que você está esperando para se deliciar com o feijão em sua próxima refeição?

Em celebração ao Dia do Feijão, 10 de fevereiro, sendo Maranhense que mora no Piauí e casada com um Mineiro, compartilho com vocês uma receita deliciosa de feijão tropeiro à minha moda, que faz muito sucesso por aqui.

Vem aprender comigo e trazer um pouquinho de Minas para a sua cozinha.

  • Ingredientes:

- 200g de bacon

- 200g de calabresa defumada fininha

- 500g de ragu suino ou toscana

- manteiga a gosto

- 8 ovos

- 6 dentes de alho

- 2 maços de couve

- 1 cebola

- 300g de farinha de mandioca

- 300g de feijão (só tinha o carioca, mas normalmente uso o roxinho/vermelho)

- 2 folhas de louro

- Sal

Segue o link com o vídeo de preparo detalhado

https://www.instagram.com/reel/DCewXPwOMVz/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA==


A cozinha que aproxima: Um novo jeito de cuidar e compartilhar uma refeição

Quando pensamos em momentos marcantes de nossas vidas, muitos deles acontecem à mesa. É ali que compartilhamos não apenas alimentos, mas também sentimentos, histórias e afetos. Afinal, não convidamos qualquer pessoa para sentar à nossa mesa. Esse é um espaço de intimidade, de acolhimento. Não é por acaso que, ao longo da história, o simples ato de compartilhar uma refeição sempre foi uma das formas mais claras de inclusão social.

Massimo Montanari, historiador italiano e um dos mais importantes pesquisadores da história da alimentação, destaca em seu livro Comida como Cultura que “em todos os níveis sociais, a participação na mesa comum é o primeiro sinal de pertencimento ao grupo”. Essa afirmação revela o poder da mesa como um elemento de união e pertencimento, capaz de criar laços que vão muito além do simples ato de comer.


Foto: Amandha Silveira

Mais do que nunca, as pessoas estão se reconectando com a cozinha e, principalmente, com o ato de compartilhar uma refeição. Em um mundo acelerado, onde a tecnologia muitas vezes nos isola, o ritual de cozinhar e comer junto resgata o tempo da escuta, da troca e do afeto.

A comida tem um poder único: ela desperta memórias, transporta-nos para diferentes momentos da vida e nos reconecta com nossas raízes. O aroma de um bolo assando pode nos levar de volta à infância na casa da avó; o sabor de um prato especial pode trazer à tona uma viagem inesquecível ou um encontro marcante. A comida não alimenta apenas o corpo, mas também a alma, pois carrega consigo histórias, cultura e emoção.

Agora, pare e pense: quantos momentos especiais você já viveu ao redor de uma mesa? Quantas risadas, conversas e memórias foram construídas enquanto saboreávamos uma refeição juntos? E o mais importante, quantos momentos ainda estão por vir, esperando para serem vividos? A próxima refeição que você preparar pode ser o início de uma nova memória, um novo vínculo, um novo momento de conexão. Você está pronto para aproveitar essa oportunidade?