O ex-prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, e outras cinco pessoas foram indiciados pelo Departamento Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) por associação criminosa, após a deflagração da chamada Operação Reset, que investigou o cancelamento ilegal de mais de 2 mil multas de trânsito na Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans).
A investigação teve início em julho de 2025, a partir de uma denúncia anônima que apontava gestores e funcionários da Strans como responsáveis pelo apagamento indevido de multas entre fevereiro e junho de 2024. Em resposta ao alerta, a própria superintendência realizou uma auditoria interna, confirmando que 2.215 notificações haviam sido canceladas irregularmente, sendo que cerca de 400 desses registros foram excluídos fora do horário de expediente.
Foto: ReproduçãoEntre os indiciados estão Bruno Pessoa, ex-superintendente da Strans e sobrinho do ex-prefeito; Daniel Araújo, ex-gerente de Gestão de Trânsito da Strans e vice-presidente da Federação de Futebol do Piauí (FFP); Lucas Rocha Lima, servidor da Strans; e dois outros suspeitos ainda não identificados.
De acordo com o delegado Ferdinando Martins, os ex-gestores do órgão eram responsáveis por determinar quais multas deveriam ser anuladas, especialmente as de pessoas ligadas a eles ou apadrinhadas politicamente. Já os funcionários, incluindo terceirizados, executavam a exclusão das notificações, seja diretamente no sistema da Strans ou seguindo ordens de forma informal, como através de bilhetes. Lucas Rocha, segundo a polícia, atuava tanto na exclusão direta das multas quanto na coordenação do grupo de terceirizados.
O Deccor realizou buscas e apreensões nas residências de Bruno Pessoa e Daniel Araújo, além de periciar os celulares dos investigados. A operação ainda apura se há outras irregularidades no setor e busca identificar os demais envolvidos.
Até o momento, a defesa dos indiciados não se manifestou sobre as acusações.
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