A vereadora Tatiana Medeiros (PSB), afastada do mandato e presa desde abril pela Operação Escudo Eleitoral, já recebeu mais de R$ 220 mil em salários da Câmara Municipal de Teresina. Nesta quinta-feira (03), mesmo sem exercer suas funções, ela recebeu integralmente o 13º salário, no valor bruto de R$ 24.754,79.
Com o benefício de fim de ano somado aos oito salários mensais pagos desde que foi detida, o montante chega a R$ 222.793,11.
Tatiana deixou a sala de Estado-Maior no Quartel do Comando Geral da PM-PI após a Justiça aceitar laudos apresentados pela defesa que apontam problemas psiquiátricos graves e risco de suicídio. Desde então, cumpre prisão domiciliar. Em novembro, ela participou de audiência de instrução e julgamento, etapa em que testemunhas foram ouvidas no Fórum Eleitoral.
Foto: Reprodução O Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) autorizou, em junho, a continuidade dos pagamentos, após consulta feita pela Câmara Municipal para embasar juridicamente os repasses. Para o tribunal, o afastamento não impede a manutenção da remuneração.
A parlamentar responde a acusações de organização criminosa, corrupção eleitoral, peculato e outros delitos. Durante as audiências, segundo o promotor Mário Normando, testemunhas de defesa admitiram ter recebido dinheiro em troca de votos para a vereadora. Outras afirmaram ter atuado voluntariamente no Instituto Vamos Juntos, instituição ligada a Tatiana.
O prazo para diligências complementares se encerra nesta sexta-feira (05). Depois disso, o processo segue para as alegações finais, fase anterior à sentença.
O Ministério Público do Piauí informou que não há previsão para a decisão final devido à complexidade do caso. Com o recesso do Judiciário a partir de 20 de dezembro, a sentença só deve ser proferida em 2026, após o retorno das atividades no dia 7 de janeiro.
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