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O Dia Mundial da Conscientização do Autismo e o combate ao preconceito

55% das crianças autistas no Brasil, já sofreram algum tipo de preconceito

No Brasil existem hoje cerca de 2 milhões de pessoas autistas. O Dia Mundial da Conscientização do Autismo foi criado pela Organização das Nações Unidas em 2007, com o objetivo de levar informação e combater a discriminação e o preconceito. O autismo não é doença e pode ser diagnosticado logo no primeiro ano de vida. 

Anormal mesmo, é o preconceito que ainda é registrado em quase todo o país. Na semana passada, um caso registrado em Teresina revoltou o país. Um homem entra na brinquedoteca de um restaurante e agride verbalmente a babá e um menino autista de 6 anos. A discussão teria começado após a criança esbarrar no filho dele durante uma brincadeira. Segundo testemunhas, ele disse que: “Lugar de criança autista, não é no meio de crianças normais”. 

O pai da vítima, o deputado estadual e autor de projetos que combatem esse tipo de crime, Franzé Silva, denunciou o caso na secretaria de segurança do Piauí. Até o momento o suspeito não prestou depoimento. O advogado de defesa alegou que ele estaria viajando.

 

Franzé Silva  / Foto: Reprodução 

“Não podemos ficar no silêncio. O silêncio leva a conivência e a conivência leva o aumento do crime. O que aconteceu com meu filho foi um crime. Jamais vou desistir de lutar pelo direito dele e de todas as crianças autistas, disse Franzé.  

Quem é mãe de uma criança autista sabe disso muito bem. Mas nem sempre, isso acontece na prática pelos olhos de algumas pessoas, relata Sâmia Salles. A estudante é mãe do pequeno Emanoel de 4 anos. O menino foi vítima várias vezes de preconceito. A maioria dos casos, dentro da própria escola aonde estudava.

Sâmia Salles / Foto: Reprodução 

“Meu filho foi excluído várias vezes em diversas situações diferentes. Mas nunca baixei a cabeça ou vou parar de lutar contra esse crime”, afirma Sâmia.

Sâmia Salles / Foto: Reprodução 

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas, 55% das crianças autistas no Brasil, já sofreram algum tipo de preconceito. O mais grave é que na maioria dos casos o agressor é um adulto. A psicóloga Natalia Vidal, explica que o preconceito é mais um obstáculo para as pessoas autistas que segundo a especialista, podem ter uma vida normal, como qualquer pessoa.

Natalia Vidal / psicóloga 

“Ser diferente do outro, é normal. Cada pessoa tem sua limitação e característica psicológica e física. Isso não significa dizer que um autista não pode ter sonhos, cumprir metas ou tarefas, casar, ter filhos, relacionamentos, viajar e ser feliz”, disse Natalia.

E quando se fala em combate ao preconceito contra as pessoas autistas, o Piauí se destaca não só pelo número de projetos voltados aos autistas. O combate ao preconceito também é algo que vem se destacando nacionalmente e virando referência para os demais Estados. Em comemoração ao mês e ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Piauí (SSP-PI) e a Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) lançaram um canal de denúncias voltado para auxiliar pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) que sejam vítimas de preconceito e discriminação.

 

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